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Cai contratação de imigrantes e refugiados na capital paulista, diz entidade

Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 13/02/2017 - 17:41
São Paulo
São Paulo - Refugiados sírios recebem atendimento médico no Hospital da Universidade Santo Amaro. Tradutores da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil ajudaram na comunicação (Rovena Roso/Agência Brasil)
© Rovena Rosa/Agência Brasil
Redução de trabalho motiva saída de refugiados

Imigrantes e refugiados assistem a palestras

em São Paulo    Débora Brito/Agência Brasil

Imigrantes e refugiados estão com dificuldades para encontrar emprego na cidade de São Paulo. Segundo levantamento da Missão Paz, organização da Igreja Católica que atende essa população, no Glicério, região central da cidade, caiu a contratação de estrangeiros.

Em 2016, foram empregadas por intermédio da missão, que aproxima as empresas dos imigrantes e refugiados, 371 pessoas, o que representa 21,70% dos 1,7 mil que participaram das palestras interculturais oferecidas pela entidade naquele ano. A participação nas conferências é o primeiro passo de inclusão nas ações oferecidas pela organização.

O número é inferior aos 1.473 empregados em 2015, que representam 56,6% dos 2,6 mil que assistiram às palestras. Em 2014, foram 2.739 contratações, representando 54,8% do público das conferências oferecidas pela entidade (4.996).

O coordenador da Missão Paz, padre Paolo Parise, atribui a queda nas contratações à crise econômica. Segundo o padre, muitos estrangeiros estão, inclusive, optando por deixar o país em busca de oportunidades em outros lugares. “Eles estão aqui, veem que não tem oportunidade, então vão para outros países”, diisse Parise z. Entre os destinos escolhidos estão, de acordo com o padre, o Chile e os Estados Unidos.

Sinal de melhora

Parise disse que, nos próximos meses, a situação dos imigrantes e refugiados que procuram emprego na capital paulista pode melhorar. Em janeiro, 31 estrangeiros atendidos pela missão conseguiram emprego. Em dezembro passado, foram quatro e, em novembro, 14 pessoas. “O sinal de janeiro é que talvez as contatações tenham voltado a crescer um pouco. Não sabemos se é uma exceção ou se essa linha vai continuar”, ressaltou.

A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo fechou o ano de 2016 em 16,8%, registrando alta em relação à taxa de 13,2% registrada em 2015. Segundo dados divulgados no final de janeiro pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ao longo do ano passado foram 384 mil postos de trabalho.

Em 2016, o total de desempregados foi estimado em 1.865 mil pessoas, o de ocupados, em 9.237 mil, e a população economicamente ativa, em 11.102 mil. No mesmo período, diminuiu o rendimento médio real de ocupados (4,9%) e assalariados (3,1%), que passou a  R$ 2.003 e R$ 2.066, respectivamente.

No comparativo mensal, o desemprego caiu de 16,8% em novembro para 16,2% em dezembro. O contingente de desempregados foi estimado em 1.795 mil pessoas em dezembro, 74 mil a menos do que no mês anterior.