Greenpeace faz ato na Praia de Copacabana em defesa de corais da Amazônia

Publicado em 29/03/2017 - 13:25 Por Felippe Flehr* - Rio de Janeiro

Pesquisadores e Greenpeace divulgam primeiras fotos de corais da Amazônia

Pesquisadores e Greenpeace divulgam primeiras fotos de corais da AmazôniaDivulgação/Greenpeace

A organização não governamental ambientalista Greenpeace realizou hoje (29) na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio, uma intervenção especial com o artista norte-americano John Quigley. Parte da campanha Defenda os Corais da Amazônia, a ação tem como objetivo celebrar a descoberta dos corais próximos à foz do Rio Amazonas e alertar para a importância de sua preservação.

Duas empresas estrangeiras planejam perfurar a região em busca de petróleo a partir deste ano. O Greenpeace reuniu cerca de mil pessoas para compor um desenho de um peixe borboleta, espécie encontrada na região, e uma mensagem (Defenda os Corais da Amazônia), formada por tecido e pelo público. 

O especialista em energia e porta voz da ONG, Thiago Almeida, comemorou o forte engajamento na manifestação e disse que campanhas como essa servem para conscientizar toda a população sobre a importância de respeitar o ecossistema. Almeida disse ainda que as perfurações naquela região podem colocar em risco um grande número de comunidades ribeirinhas se houver, por exemplo, vazamento de óleo que chegue à costa brasileira.

"Cerca de 80 comunidades, três terras indígenas e inúmeras comunidades ribeirinhas poderiam ser prejudicadas. Esse tipo de trabalho de perfuração de petróleo apresenta vários riscos que podem ser graves para os corais da foz do Amazonas. São cerca de 10 mil quilômetros quadrados de corais abrangendo a faixa que vai da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa até o Maranhão. Em caso de algum acidente, até mesmo moradores desse estado podem ser afetados", explicou.

Almeida informou que as duas empresas, uma francesa e outra inglesa, já foram alertadas sobre os riscos que a atividade pode trazer. "Mandamos uma carta e apenas uma delas nos respondeu dizendo que parte do bloco será realmente perfurado até o momento. Não creio nisso. É preciso muito cuidado com esse tipo de trabalho. O melhor é que não fosse feito. Por exemplo, em 95 perfurações para busca de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, 27 delas apresentaram falhas mecânicas e não puderam continuar, a região é muito instável e perigosa para a perfuração".

Aquecimento Global

Ontem (28), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou seis resoluções que enfraquecem a política de seu antecessor, Barack Obama, para combater o aquecimento global. O especialista do Greenpeace em mudanças climáticas, Pedro Telles, comentou que essa não será uma luta tão fácil. "Ele [Trump] não é dono do mundo. É claro que essas assinaturas preocupam, mas países como a China e a Alemanha, só para ficar em dois exemplos, são contra isso e vão lutar para combater o aquecimento global. Que esse triste fenômeno existe é um fato, embora ele insista em negar. Enfim, temos muito pela frente. Essa decisão dele não muda nada de imediato", comentou.

*Estagiário sob a supervisão da editora Graça Adjuto. Texto alterado às 12h09, do dia 04/04, para correção de informações.

Edição: Graça Adjuto

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