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Torneio de Robótica reúne estudantes de todo o país em Brasília

O objetivo do evento é despertar o interesse dos alunos para temas
Debora Brito - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/03/2017 - 14:57
Brasília
Brasília -  O Torneio Nacional de Robótica First Lego League é aberto em Brasília (Valter Campanato/Agência Brasil)
© Valter Campanato/Agência Brasil
Brasília - O Torneio Nacional de Robótica First Lego League é aberto em Brasília (Valter Campanato/Agência Brasil)

Torneio Nacional de Robótica First Lego League reúne estudantes das redes pública e privada em BrasíliaValter Campanato/Agência Brasil

Estudantes das redes pública e privada de ensino de todo o Brasil iniciaram hoje (18) a fase de competições do Torneio Nacional de Robótica First Lego League (FLL), em Brasília. Mais de 700 crianças e adolescentes de 9 a 16 anos constroem robôs com pequenas peças e desenvolvem diferentes pesquisas científicas em busca de soluções para desafios do cotidiano.

O programa é organizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e tem o objetivo de despertar o interesse dos alunos para temas como ciência e tecnologia de uma forma criativa e divertida. Por meio da montagem de robôs autônomos, os jovens são estimulados a buscar soluções inovadoras para problemas e situações da vida real, como se fossem engenheiros, cientistas ou educadores.

Desde 2006, o Sesi trabalha com o tema da robótica em suas escolas e pretende ampliar a participação das escolas públicas e privadas nos torneios. Da etapa regional no ano passado, participaram mais de sete mil alunos de todo o Brasil. Neste fim de semana, são 74 equipes de 20 estados e do Distrito Federal concorrendo a 21 vagas nos torneios internacionais.

“Quanto mais a gente tiver chegando nos estados e municípios com a robótica e incentivando os alunos a trabalharem de uma forma lúdica, conhecendo matemática, física de uma forma divertida, para nós é interessante. O impacto maior é na melhoria da aprendizagem. Os meninos aprendem conceitos muito sérios de uma forma gostosa, brincando”, diz Sérgio Gotti, gerente-executivo de educação do Sesi Nacional.

Além de termos científicos, os alunos têm a oportunidade de conhecer e praticar conceitos de trabalho em equipe, solidariedade e comunicação. Cada equipe é formada por 2 a 10 competidores, supervisionados por dois técnicos adultos. Vários professores universitários participam de forma voluntária para orientar e incentivar os alunos.

Convivência com os animais

O tema da competição deste ano é “Animais Aliados”. Cada equipe deve desenvolver soluções que promovam maior cooperação entre seres humanos e animais. Por exemplo, os participantes podem criar tecnologias que possibilitem o transporte de animais com problemas de saúde e em extinção ou mecanismos que facilitem o uso de cães-guia por deficientes visuais.

Bruno Schuler e João Gabriel, integrantes da equipe Androids, de Porto Alegre, desenvolveram um mecanismo de redução do estresse em animais antes de uma cirurgia. Concentrados, eles testam o robô com cuidado e treinam para realizar a tarefa no tempo estipulado.

Já a equipe Bazinga, de Indaiatuba (SP), descobriu que o plantio de samambaias pode contribuir para o controle de doenças em vacas. Depois de visita a uma fazenda no interior de São Paulo, os alunos constataram que as vacas estavam adoecendo em decorrência da alta umidade da região.

“A samambaia controla umidade do ar para a vaca não adquirir doenças como estresse térmico e outros males gerados pela umidade do ar”, explicou Pedro Civitella, de 14 anos, integrante da equipe Bazinga.

Enquanto uma parte da equipe testa tecnologias, outra fica em estandes para explicar e tirar dúvidas sobre os projetos. Segundo o Sesi, estudos realizados em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) mostram que os alunos têm despertado maior interesse por pesquisa em função do envolvimento com a robótica nas aulas e  torneios. “É impressionante o conceito que os nossos participantes têm de trabalho em pesquisa, de modalidades de pesquisa, como desenvolver, como escrever de uma forma científica”, comemora o gerente de educação do Sesi.

A ciência de concepção dos robôs ganha ares de diversão e brincadeira no torneio. A troca de informações sérias e científicas ocorre em um clima de empolgação. O ambiente da festa é animado por música e dança e celebrado pelos alunos como um momento de integração e troca de conhecimento.

“É muito animado, a gente pode interagir com as outras equipes”, diz Isabela Mello, de 13 anos. “É legal porque tem gente do Amazonas, tem gente do sul também”, relata Daniel Timura, de 14 anos. Os alunos terão até amanhã (19) para demonstrar  projetos. As equipes vencedoras do torneio serão conhecidas no fim do dia. A etapa internacional ocorrerá no início do próximo semestre em diferentes países.