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Comércio do centro do Rio fecha devido a confrontos entre PMs e manifestantes

Na Avenida Rio Branco, esquina da Rua do Ouvidor, várias agências
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/04/2017 - 18:26
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Polícia Militar e manifestantes entraram em confronto no centro do Rio durante protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência (Tomaz Silva/Agência Brasil)
© Tomaz Silva/Agência Brasil

O comércio do centro do Rio de Janeiro está fechado, por medida de segurança, devido aos constantes enfrentamentos entre a tropa de choque da Polícia Militar (PM) e manifestantes em vários pontos da região. Manifestantes incendiaram, há pouco, três ônibus urbanos e um carro de passeio na Cinelândia.

Na Avenida Rio Branco, esquina com a Rua do Ouvidor, várias agências bancárias foram depredadas. Uma das agências teve as portas de vidro quebradas e computadores e cadeiras arrancados e jogados no chão. Várias estruturas de vidro dos pontos de ônibus também foram destruídas ao longo da Avenida Rio Branco e da Rua Primeiro de Março. Grupos de mascarados, conhecidos como black blocs, arrancaram as placas de sinalização e usaram as barras de ferro contra os policiais militares.

Para dispersar os manifestantes, a PM está usando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. O cheiro do gás se espalha no ar e chega ao alto dos edifícios de mais de 15 andares na Rio Branco e em ruas próximas. As duas linhas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que circulam no centro do Rio estão paradas. A primeira liga a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont. A segunda linha faz o trajeto entre a Central do Brasil e a estação das Barcas na Praça XV. A medida foi tomada devido ao enfrentamento entre a Polícia Militar e manifestantes no centro do Rio.

De acordo com a concessionária MetrôRio, os trens estão circulando normalmente, com intervalos de 4 minutos entre um e outro. Apenas algumas estações estão com os acessos fechados por causa dos protestos no centro. A Estação Cinelândia está com os acessos ao Theatro Municipal e à Rua Pedro Lessa interditados. A Estação Uruguaiana está com o acesso ao Camelódromo também fechado.

A Avenida Almirante Barroso está fechada. O mesmo acontece com as ruas Primeiro de Março, São José e da Carioca. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para a área da Avenida Presidente Vargas com a Rua Primeiro de Março, onde manifestantes atearam fogo em caçambas de lixo e placas de compensado e interditaram a pista. Para apagar o fogo, os bombeiros têm de ser acompanhados por uma equipe de policiais militares.

Houve enfrentamento também na Praça da Cinelândia em frente à Câmara de Vereadores do Rio. A PM atirou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. As pistas do Aterro do Flamengo em direção ao centro do Rio foram fechadas, e os motoristas precisam evitar essa via para chegar à área central.

Por causa das manifestações no centro e da destruição de cinco ônibus urbanos na região da Lapa e da Avenida Rio  Branco, a Sala  Cecília Meirelles cancelou o concerto da Orquestra Petrobras Sinfônica, que estava programado para as 20 h desta sexta-feira. Os músicos da orquestra já tinham chegado ao teatro e estão ilhados, sem poder deixar o local.

Transportes

Todos os serviços dos três corredores expressos do Consórcio BRT (TransOeste, TransOlímpica e TransCarioca)  funcionaram normalmente durante a tarde, com intervalos regulares, ao contrário do período da manhã, quando o número de usuários foi 60% menor que o registrado normalmente em dias úteis no mesmo horário. No período da tarde, aumentou a circulação de passageiros nos terminais e estações.

"Aos poucos, o movimento de passageiros foi aumentando no decorrer do dia, mas ainda está menor do que o normal em dias úteis. Estamos monitorando a demanda para ajustar a operação em tempo real, caso haja um aumento significativo na quantidade de passageiros", disse a diretora institucional do BRT, Suzy Balloussier.

O BRT Rio também pediu reforço de policiamento na altura da Estação Embrapa (TransOeste), em Guaratiba, na zona oeste, onde na madrugada, manifestantes atearam fogo em pneus. Até o momento não houve registro de nenhum bloqueio de pistas, nem de depredação de ônibus  articulados na volta dos passageiros para casa.

Matéria atualizada às 19h04 para acréscimo de informações