Manaus desativa cadeia pública com 110 anos e 162 detentos
A Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, foi desativada hoje (12). Os 162 internos foram levados para um novo presídio, o Centro de Detenção Provisória (CDP II).
A medida faz parte de um acordo entre a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e órgãos de segurança, da justiça e o Ministério Público do Amazonas, que determinava o encerramento das atividades da unidade prisional até 15 de maio.
"Nós tínhamos a data-limite do dia 15 para a transferência, mas tínhamos a ansiedade de antecipar, até para evitar qualquer tipo de manifestação e, pelo horário, não atrapalhar a vida da população" disse o secretário da Seap, tenente-coronel Cleitman Coelho Rabelo.
A cadeia pública tem 110 anos. A operação começou às 4h da madrugada, com um efetivo de 176 pessoas, entre policiais militares e servidores da secretaria. “Às cinco horas da manhã já tínhamos esvaziado toda a cadeia. No CDP II foi feita novamente uma revista rigorosa com equipamento de tecnologia nos presos. Inclusive, nessa revista encontramos dois detentos com celulares nas partes íntimas. E também foi feita uma vistoria em todo o material que entrou no local para que a gente tenha uma cadeia limpa”, ressaltou.
Centro de Detenção pode abrigar 571 pessoas
O CDP II tem capacidade para abrigar 571 presos e ainda está em construção. A conclusão das obras está prevista para setembro. O Centro de Detenção fica próximo ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado no km 8 da BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR). A visitação das famílias será sempre às sextas-feiras para que não coincida com os dias de visita da penitenciária vizinha.
"As visitas vão ser abertas na semana que vem, até por uma questão de segurança. Nós vamos avaliar o clima de tensão no ramal para que não tenha problemas entre as facções. Estamos avaliando essa semana, estamos mudando o dia de visita para que as famílias não se encontrem e tenha problema", explicou o secretário.
A cadeia pública foi fechada pela primeira vez em outubro de 2016 por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela foi reaberta em janeiro deste ano, em caráter emergencial, para abrigar detentos ameaçados de morte após a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, que resultou na morte de 56 internos.