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Pezão condena atuação de policiais militares que ajudam o tráfico de drogas

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/06/2017 - 14:12
Rio de Janeiro
Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, condena ação de policiais militares que ajudam traficantes (Foto Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)<img src=" class="Image img__fid__104153 img__view_mode__default attr__format__default" height="160" src="/sites/default/files/atoms/image/pezao_1.jpg" title="" typeof="Image" width="277" />

Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, condena ação de policiais militares que ajudam traficantes (Foto Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse hoje (29) que a Operação Calabar, deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), para o cumprimento de 96 mandados de prisão preventiva contra policiais militares acusados de receber dinheiro de traficantes de drogas, foi planejada durante sete meses e corta na carne da própria polícia. De acordo com o governador, as investigações começaram a partir de uma denúncia anônima.

“Há sete meses que toda a área de segurança está envolvida nessa operação para cortar na carne”, disse, após participar da assinatura do contrato de renovação, por um ano, do projeto Centro Presente, que conta com recursos da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro.

Para o governador não há “coisa pior” do que verificar casos de desvio de função por parte de uma pessoa que recebeu um distintivo do estado e que ainda está entre os servidores que recebem o pagamento em dia, no momento de dificuldade financeira do Rio.

“É muito triste uma pessoa ter um distintivo e às vezes está até matando um colega de profissão, está dando apoio a um traficante que está matando um outro colega de farda. Isso é lamentável e muito triste, mas vamos punir e cortar”, disse.

O governador lembrou que a área de segurança teve os reajustes salariais assegurados durante as negociações para a aprovação de contrapartidas para a aprovação do acordo de recuperação financeira do estado acertado com o governo federal.

O advogado Marcos Espínola, que defende 12 dos 96 policiais militares que tiveram a prisão decretada, disse que é preciso ter cautela, para que o processo individualize a acusação contra cada policial. "A defesa entende que a individualização de cada agente é o principal para se apurar os fatos e se chegar em quem é culpado e quem é inocente".

Ao comentar a morte do porteiro Fábio Franco de Alcântara, atingido por estilhaços de granada, na quarta-feira (28), em Copacabana, o governador disse que para combater a entrada e o uso de armamento pesado no estado é preciso o apoio do governo federal. Ele disse que já encaminhou pedidos ao Ministério da Justiça e à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para reforço no policiamento das fonteiras.

“Estou aguardando. Parece que vão mandar 300 homens para o Rio e 300 para São Paulo. A gente precisa fechar as nossas fronteiras”, disse.

Prefeito

Para o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, o agravamento da violência é um momento difícil que precisa ser enfrentado, acrescentando que a cidade “continua clamando” por ajuda.

“Vamos cuidar das fronteiras das cidades que mais sofrem iniciando pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Como é que pode tanto fuzil na rua? A polícia apreende um fuzil por dia. Precisamos vigiar nossas estradas, nossos portos e aeroportos. Polícia trata do efeito, mas as causas são mais importante de serem combatidas. Não sei como foi parar uma granada na mão de delinquentes. Isso é um absurdo”.

* Matéria alterada às 15h08 para acrescentar informação