EBC e rede alemã Deutsche Welle renovam parceria para exibição de conteúdos
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a rede alemã Deutsche Welle (DW) renovaram a parceria para exibição dos programas Futurando, dedicado ao meio ambiente e à ciência e tecnologia, e Camarote 21, que trata da diversidade cultural da Europa. Os dois são exibidos na TV Brasil, emissora da EBC. O protocolo de intenções foi assinado hoje (1º) pelo diretor-geral da Deutsche Welle, Peter Limbourg, e pela pela diretora de Produção e Conteúdo (Dipro) da EBC, Cida Fontes.
Peter Limbourg disse que para a DW é importante manter a parceria com a TV Brasil. “Eu penso que é muito importante mantermos um bom relacionamento entre a Deutsche Welle e a TV Brasil porque nós temos um conteúdo que é transmitido a todo o Brasil. Penso que é excelente para ambas continuar este trabalho produtivo. Nós esperamos que a parceria continue por longo tempo”, afirmou.
O diretor informou que a DW também está trazendo para a EBC outros projetos, como os vídeos de apresentação da maestrina mexicana Alontra de la Parra, que mostram ainda os bastidores do trabalho da artista. Peter Limbourg aposta na variedade de produtos da empresa alemã para expandir a parceria com a TV Brasil. “Penso que outras histórias interessantes e documentários estão no caminho de acontecer. Estamos otimistas com a perspectiva de uma boa e grande colaboração entre a TV Brasil e a Deutsche Welle”, apontou.
A executiva de Distribuição da DW para América Latina, Andrea Hugemann, revelou que a empresa está em negociação para iniciar também uma parceria para publicação de notícias produzidas pelo grupo alemão por meio da Agência Brasil. Já a parceria da DW com a Rádio MEC é antiga. A emissora de rádio da EBC já utiliza há mais de 20 anos o material cultural da DW e transmite concertos gravados na Alemanha, como o tradicional Festival Beethoven de Bonn.
Orquestra Maré do Amanhã
Após a assinatura do protocolo, a delegação alemã assistiu à apresentação da Orquestra Maré do Amanhã, formada por 20 jovens da comunidade da Maré, que executaram 11 obras entre músicas clássicas e brasileiras. O diretor da DW ficou comovido com o projeto, que foi criado pelo jornalista Carlos Eduardo Prazeres depois da morte do pai dele, o maestro Armando Prazeres. Armando foi sequestrado na porta de um colégio em Laranjeiras, na zona sul do Rio, e o corpo só foi encontrado tres dias após em São Cristóvão.
“Acho muito bonito que vocês, a partir de uma situação difícil, através da música, conseguem apresentar o que estão fazendo”, afirmou, referindo-se aos conflitos violentos presentes no dia-a-dia da comunidade.
O diretor-geral do projeto, Carlos Eduardo Prazeres, contou que luta para conseguir bolsas de estudo para que os jovens possam se especializar no exterior e depois voltar para disputar uma vaga em uma orquestra profissional. "A gente começou com essa molecada quando esles tinham 10 anos. Era uma geração quase perdida. A gente conseguiu salvar 40 das crianças que haviam naquela época na comunidade”, afirmou. O maestroFilipe Kochen, que começou como professor no projeto, comemorou a receptividade da apresentação.
“Escutar o diretor da Deutsche Welle elogiando, não tenho nem palavras. Elogiando o nosso solista, às vezes não cai a ficha quando a gente ouve um elogio desse quilate. É uma emoção muito grande”, disse.
Atualmente, os integrantes do projeto também dão aulas às crianças que frequentam os Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI) da rede municipal na comunidade. "Acredito que esta geração vai fazer a diferença. Só a educação pode mudar”, defendeu Prazeres, lembrando que muitos amigos dos jovens do projeto entraram para o tráfico de drogas porque não tiveram oportunidade de preencher o tempo com atividades de qualidade. “Nessa idade é muito complicado. A oferta de drogas ali para eles é na porta de casa. Ter um jovem desse que apesar de toda essa oferta se tornou um músico, ele é um herói”, disse.