Operação conjunta da polícia com Forças Armadas no Rio prende 43 pessoas
A operação das forças de segurança integradas no Rio de Janeiro, realizada hoje (21), resultaram na prisão de 43 pessoas. Parte do Plano Nacional de Segurança, as ações foram feitas nas comunidades do Jacarezinho, Manguinhos, Mandela, Bandeira 2, Complexo do Alemão, Parque Arará, Mangueira e no condomínio Morar Carioca, todos na zona norte.
Segundo a secretaria de Segurança do Rio, também foram apreendidas nove pistolas, uma espingarda calibre 12, um revólver, duas granadas improvisadas, 250 munições de calibres variados, sete carros, 25 motos, 300 quilos de maconha, 10 quilos de cocaína, 1,5 quilo de haxixe e radiotransmissores.
A Polícia Civil atuou com cerca de 600 homens e a Polícia Militar, com 300 e dois blindados. A Força Nacional teve 70 agentes e 20 viaturas. A Polícia Federal entrou na operação com 30 agentes, seis viaturas, um blindado e dois cães farejadores e a Polícia Rodoviária Federal com 141 homens. De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, participaram da operação cerca de 7 mil militares.
Resultado satisfatório
Jungmann, disse que as forças de segurança não vão recuar e cada vez mais as operações serão ampliadas e terão melhores resultados. “É isso que nós queremos. Golpear o crime organizado, reduzir a sua capacidade operacional e, na busca disso, estamos dispostos a ir até o último dia de 2018 e não recuaremos um milímetro dessa determinação”, disse.
Para o ministro, o resultado de hoje foi satisfatório, principalmente porque não foi disparado nenhum tiro e, até o momento, não há vítimas. Ele disse que não é objetivo das ações do Plano Nacional de Segurança manter efetivos das Forças Armadas nas comunidades. “Quem diz onde vamos apoiar a ação é exatamente o estado e a inteligência integrada das polícias e das Forças Armadas”, disse.
Jungmann disse que 60 criminosos foram retirados de circulação, alguns deles líderes do tráfico de drogas, nas três operações integradas desenvolvidas até agora. As anteriores foram no dia 5, no conjunto de favelas do Lins, na zona norte da cidade; e no dia 16, em Niterói, na região metropolitana.
O ministro agradeceu o apoio da população do Rio e pediu que continue colaborando com denúncias. “Todo aquele que souber onde está um bandido, onde tem armas, colabore. Ligue para o disque denúncia”, disse.
Fronteira
Embora , as ações estejam ocorrendo nas ruas e em comunidades do estado, o Plano Nacional de Segurança inclui operações integradas de fronteira para evitar a entrada de armas e o tráfico de drogas. O ministro informou que na sexta-feira passada (18), ministros das áreas de segurança, inteligência e defesa da Bolívia e do Brasil reuniram-se e, nesta segunda-feira, houve uma ação em 27 pontos de controle de fronteira dos dois países para fazer um filtro rigoroso contra o tráfico de pessoas, de armas e drogas. Além disso, há um efetivo de 800 agentes da Polícia Rodoviária Federal patrulhando as rodovias federais do Rio de Janeiro.
Jungmann disse que pretende propor, junto com o governo fluminense, que a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que toma posse em setembro, crie uma força especial integrada por procuradores da república, pelo judiciário federal, Polícia Federal e a Receita Federal. “É essencial contar com esta força-tarefa para nos ajudar no enfrentamento ao crime aqui no Rio de Janeiro”, disse.
O secretário de Estado de Segurança do Rio, Roberto Sá, disse que mesmo com as operações integradas ainda há criminosos em localidades do estado, mas assegurou que a polícia junto às forças de segurança do governo federal vai continuar atuando para localizar e prendê-los em todo o estado.
“A polícia com apoio, hoje, através do Plano Nacional, das instituições do governo federal, será incansável na busca de qualquer criminoso no estado do Rio de Janeiro. Aqueles que não foram objeto de uma ação agora, esperem a sua vez”, disse em entrevista após reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na região central do Rio.
Para o secretário, como efeito das ações realizadas hoje na comunidade do Jacarezinho, os moradores tiveram de volta serviços de limpeza urbana e de energia elétrica, que tinham sido interrompidos por nove dias seguidos de conflitos armados na localidade. Os confrontos começaram no dia 11, com a morte do policial civil Bruno Guimarães Buhler, de 36 anos. “A ação de hoje resgatou a dignidade para as pessoas daquela comunidade”.