Vereadores do Rio constatam pequenos avanços no Parque Olímpico da Barra
No primeiro aniversário dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, vereadores da capital fluminense fizeram hoje (4) a segunda visita às instalações do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. Os integrantes Comissão de Esportes e Lazer da Câmara Municipal acreditam que há pouco o que comemorar, mas registraram que as instalações já não se encontram ociosas como antes e houve melhorias nos equipamentos de responsabilidade da prefeitura.
O município gerencia o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos, a Arena do Futuro e a Arena 3. As demais instalações são geridas pelo Ministério dos Esportes, por meio da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO).
Entre os meses de março e abril, a comissão fez diligências em todas as instalações e promoveu audiência pública para pedir explicações às autoridades competentes. Para o vereador Felipe Michel (PSDB) , houve avanços desde então. “Quando começamos nossa série de diligências em março, vimos um deserto, verdadeiramente um largado olímpico. Hoje vemos que a Arena 3 já está se transformando em legado olímpico, com atividades esportivas ocupando o espaço, o que é importante para nossa cidade”, afirmou.
“Ainda está aquém, mas está melhorando. O que muito nos preocupa é a falta de uma brigada de incêndio nos equipamentos, falta de seguro. Precisamos fiscalizar isso, pois isso é um dinheiro público, dinheiro nosso”, declarou ao lembrar do incêndio que atingiu o velódromo do parque, na madrugada do dia 30. O local não tinha brigada nem seguro.
Michel criticou o fato de não terem podido visitar as instalações sob a tutela da AGLO, apesar de terem sido enviados ofícios informando sobre a visita. Segundo ele, existe uma barreira entre as administrações das esferas federal e municipal, o que prejudica a cidade.
“A prefeitura está de um lado, o governo federal está de outro e o legado é da cidade do Rio. Sabemos que a prefeitura não tem caixa, então, a verba federal poderia ser disponibilizada, junto com parcerias público-privadas. Fica a ideia para uma boa saída”, aponta o vereador.
O presidente da AGLO, Paulo Márcio Mello, informou hoje (4) que a Arena Carioca 2 será totalmente reformada até novembro deste ano, para se transformar em centro de treinamento poliesportivo. Para a manutenção do legado esportivo, o orçamento deste ano é de R$ 45 milhões. Segundo ele, a prestação de contas dos Jogos já foi entregue. “Elas [as contas] estão sendo analisadas pelos órgãos de controle externo e qualquer questionamento que venha ser feito à AGLO, vamos obter as informações e prestar a esses órgãos”, disse.
De acordo com Mello, a AGLO foi criada em março deste ano, porque a prefeitura do Rio, que inicialmente teria responsabilidade por todo o Parque Olímpico, não conseguiu firmar parcerias público-privadas para a maioria das arenas e, por isso, passou as Arenas 1 e 2, Velódromo e Centro de Tênis para a União.
O vereador Ítalo Ciba (PT do B) também defendeu parcerias com o setor privado para buscar uma saída sustentável para a administração do espaço. “Sabemos que a prefeitura está com dificuldade, o país todo, mas se trabalharmos para isso, conseguiremos parcerias”.
Ele adiantou que na próxima sexta-feira (4), a comissão fará diligência no Parque Radical, em Deodoro, zona oeste. A área de Deodoro é administrada pela AGL e pelo Exército.
Outro lado
A prefeitura do Rio, por intermédio da Subsecretaria de Esporte e Lazer, é responsável pela Arena 3. O espaço foi reaberto no dia 7 de março deste ano. A assessoria do prefeito Marcelo Crivella informou que desde então, são realizadas no local oficinas de iniciação esportiva, treinos e competições, em parceria com as federações das modalidades de Ginástica Artística, Futsal, Handball, Tênis de Mesa, Judô e Badminton.
Sobre a Arena do Futuro e o Parque Aquático, a prefeitura informa que apesar da desmontagem das estruturas já estar prevista desde a concepção do projeto, a antiga gestão não destinou recursos para a execução dos serviços na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017. “Com a restrição orçamentária e o déficit identificado no primeiro dia de governo, a prefeitura vem estudando mecanismos econômico-financeiros para realizar a desmontagem desses equipamentos”, diz a nota.
Também não há destinação orçamentária para a montagem das escolas previstas no projeto inicial. No momento, declara a assessoria, a prioridade da prefeitura é conseguir recursos para finalizar 30 escolas do amanhã – projeto de ensino integral da prefeitura – e recuperar as antigas unidades que necessitam de reforma.
Quanto ao Parque Aquático, as duas piscinas foram retiradas do local pelo Exército, ainda em fevereiro de 2017. A piscina de três metros de profundidade foi doada para o Centro de Capacitação Física do Exército, no Forte São João, na Urca, Zona Sul do Rio. A outra, a de aquecimento, ficará guardada pelo Exército até definição do seu destino, conforme acertado entre a prefeitura do Rio, o Ministério dos Esportes e o Exército.
O parque olímpico
A construção do parque custou R$ 2,5 bilhões e deveria ser o maior legado deixado pelos Jogos Olímpicos à cidade. Já houve tentativas de passar a área à iniciativa privada, mas nenhuma empresa se interessou. O espaço receberá o Rock in Rio, em setembro. O parque foi construído sobre o antigo Autódromo Internacional Nelson Piquet, que já havia sido modificado anteriormente para a criação da Cidade dos Esportes para os Jogos Pan-Americanos de 2007. A construção teve início em 2012 e durou quatro anos.
Os prédios onde a imprensa trabalhou durante os Jogos foram construídos pelo consórcio Rio Mais. São instalações não esportivas privadas, cujo plano é o uso comercial. De acordo com o planejamento, futuramente, o lado leste do parque abrigaria o Centro Olímpico de Treinamento, formado por algumas das arenas, por um alojamento e por uma pista de atletismo. No lado oeste, seriam erguidos prédios comerciais e residenciais, transformando a região em um mini bairro.