Lojas fecham na Rocinha um dia depois de tiroteio que deixou mortos e feridos
Lojas fechadas e moradores tensos, andando apressados, eram reflexos nesta segunda-feira (18), na favela da Rocinha, do violento tiroteio que ocorreu na comunidade durante o domingo (17). A polícia confirmou pelo menos três criminosos mortos e três moradores feridos, mas o número pode ser maior, segundo os próprios moradores. Três pessoas foram presas. O confronto é resultado da desavença interna da facção criminosa que domina o tráfico de drogas no local.
A notícia, não confirmada, de que os criminosos haviam determinado um toque de recolher a partir das 17h de hoje deixou os moradores ainda mais apreensivos e parte do comércio baixou as portas. No domingo, considerado um dos melhores dias de vendas pelos comerciantes da região, as lojas já haviam ficado fechadas. Nesta segunda, poucos moradores aceitaram conversar com a reportagem, e não quiseram se identificar nem ser gravadas, por medo de represálias.
“Tenho uma loja no Jacarezinho que ficou 12 dias fechada por causa das operações policiais no início do mês. Agora esta loja também precisou ficar fechada”, reclamou um comerciante.
O camelódromo da Rocinha, que reúne dezenas de pequenos comércios, a maioria de venda de eletrônicos e roupas, foi parcialmente fechado a partir das 17h, por conta do suposto toque de recolher. Mesmo quem decidiu permanecer aberto reclamou que não estava conseguindo vender nada. “Ninguém entra na loja. Está todo mundo apressado, querendo chegar em casa, com medo da guerra recomeçar”, disse o proprietário de um comércio de roupas, que trabalha há 29 anos na Rocinha.
Operação
Nesta segunda-feira, a polícia realizou uma operação na Rocinha, com homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Choque, Batalhão de Ações com Cães e Grupamento Aero Marítimo (GAM).
Uma pessoa foi presa e outra ficou ferida em confronto com os policiais. Foram apreendidas três pistolas, duas granadas e pequena quantidade de maconha, crack e cocaína. Também foram apreendidos 280 cartões de crédito, uma máquina de imprimir cartões e 56 hologramas usados para dar veracidade às falsificações dos cartões de crédito.