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Unidos da Tijuca exige de foliões assinatura de termo que a isenta de acidentes

Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 06/02/2018 - 19:55
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Estrutura de carro alegórico quebrou deixando feridos no desfile da escola de samba Unidos da Tijuca, pelo grupo especial, no Sambódromo (Fernando Frazão/Agência Brasil)
© Fernando Frazão/Agência Brasil

A Unidos da Tijuca está exigindo dos participantes de seu desfile deste ano a assinatura de um termo de responsabilidade isentando a escola caso ocorra algum acidente durante a passagem pelo Sambódromo. No ano passado, parte de um carro alegórico da agremiação desabou e 12 pessoas ficaram feridas.

Segundo foliões ouvidos pela Agência Brasil, o documento foi encaminhado pelo aplicativo Whatsapp. A orientação é levá-lo assinado em um dos ensaios. “Reconheço não haver responsabilidade da escola por qualquer acidente que venha a ocorrer com o carro alegórico e/ou demais alegorias antes, durante ou depois do desfile, assumindo, ainda, toda e qualquer responsabilidade quanto ao meu estado de saúde”, registra o termo.

Rio de Janeiro - Estrutura de carro alegórico quebrou deixando feridos no desfile da escola de samba Unidos da Tijuca, pelo grupo especial, no Sambódromo (Fernando Frazão/Agência Brasil)

No desfile de 2017, a estrutura de carro alegórico da Unidos da Tijuca desabou. Agora, a escola quer isenção de responsabilidade. Fernando Frazão/Agência Brasil

A Agência Brasil entrou em contato com a Unidos da Tijuca, mas ainda não obteve retorno. Neste ano, o desfile da agremiação será o primeiro de segunda-feira (12) e fará homenagem ao ator Miguel Falabella com o enredo Um coração urbano: Miguel, o arcanjo das artes, saúda o povo e pede passagem.

Acidente

Conforme investigações realizadas pela Polícia Civil, o desabamento ocorrido no ano passado foi causado por falha humana. Apenas duas das quatro traves do elevador hidráulico que sustentava o terceiro andar do veículo haviam sido acionadas.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), há pelo menos cinco ações judiciais por danos morais e materiais movidos contra a Unidos da Tijuca. Cerca de dois meses após o episódio, uma liminar foi dada beneficiando a bailarina Joana Araújo Martins. O juiz Rafael Cavalcanti Cruz, da 52ª Vara Cível do Rio, obrigou a escola de samba a custear 20 sessões de fisioterapia, conforme a prescrição médica, sob pena de multa diária de R$ 300.

O acidente durante o desfile tijucano não foi o único ocorrido no ano passado. Ao perder o controle, um carro da Paraíso do Tuiuti colidiu com as laterais da avenida, deixando 20 pessoas feridas , uma das quais não resistiu e morreu cerca de dois meses depois. Também houve problemas com a União da Ilha e a Mocidade de Padre Miguel. Ambas tiveram dificuldades para manobrar seus carros, mas não houve vítimas.

Após os episódios, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) se comprometeu a tomar medidas para prevenir novos acidentes. Na semana passada, integrantes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ), que vem intensificando o trabalho de fiscalização junto às agremiações atestaram avanços nos cuidados com a segurança, embora também tenham feito ponderações.