Liesa decide não rebaixar Grande Rio e Império Serrano
A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) decidiu na noite de ontem (28) que nenhuma agremiação será rebaixada do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Com a mudança no regulamento, a Império Serrano, última colocada no ano passado, e a Grande Rio, a penúltima, se manterão na elite do samba no ano que vem.
Em 2019, o Grupo Especial terá 14 escolas, já que a Unidos do Viradouro, campeã da Série A, retornará ao desfile principal. O acordo prevê também que duas escolas serão rebaixadas no ano que vem e em 2020, para que o grupo volte a ter 12 agremiações em 2021.
A decisão foi comunicada em nota pela Liesa. Segundo o texto, 12 escolas do Grupo Especial concordaram com a manutenção das duas que seriam rebaixadas. Mangueira e Portela foram contra.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirmou na nota que a decisão foi tomada pensando no futuro do espetáculo. “Foi um Carnaval extremamente competitivo, no qual as escolas demonstraram, mais uma vez, toda sua força e capacidade de superação. Tomamos esta decisão pensando no futuro do espetáculo e as escolas concordaram, ainda, que exceto se houver uma situação de calamidade, não mais acontecerá este tipo de alteração no regulamento”. A liga afirma ainda que a decisão foi tomada "em clima de forte emoção".
Antes de convidar Grande Rio e Império Serrano a permanecer no Grupo Especial em 2019, a Liesa consultou a prefeitura do Rio de Janeiro e recebeu como resposta um "nada a opor". A carta enviada ao presidente da Liesa, Jorge Castanheira, é assinada pelo prefeito, Marcelo Crivella, e pelo diretor-presidente da Riotur, Marcelo Alves.
O documento diz que "é importante salientar o enorme serviço prestado pelas agremiações ao carnaval do Rio de Janeiro, seja com seus desfiles antológicos ou pelo fomento dos desfiles das escolas de samba como um todo, congregando enorme opinião pública positiva e trazendo para o evento patrocinadores de monta".
Na carta, a prefeitura diz ainda ter recebido manifestação do prefeito de Duque de Caxias, cidade onde fica a Grande Rio, e do governador Luiz Fernando Pezão.
O Grupo Especial já contava com uma escola a mais em 2018, porque nenhuma agremiação foi rebaixada em 2017. Na época, a decisão foi tomada devido aos acidentes que deixaram 32 feridos nos desfiles da Paraíso do Tuiuti e da Unidos da Tijuca. As duas agremiações seriam rebaixadas.
Escolas com tradição
Apesar não ter conquistado títulos, a Grande Rio é considerada uma das gigantes do carnaval carioca, por seu bom desempenho nos anos anteriores. Desde 2001, a escola desfilou entre as campeãs 13 vezes. No desfile deste ano, a Grande Rio levou um enredo sobre o apresentador Chacrinha para a avenida, mas foi penalizada pelo atraso ao encerrar o desfile.
O problema foi causado pela alegoria O Carnaval em Minha Vida, que ficou presa na agulha de acesso à pista da Avenida Presidente Vargas, quando estava sendo deslocada para entrar na Marquês de Sapucaí.
Já a Império Serrano, escola tradicional da região de Madureira, na zona norte, retornou ao Grupo Especial no ano passado, com o título da Série A. A escola já foi campeã do carnaval carioca, mas estava desde 2009 na segunda divisão do samba.
Mudanças na Cidade do Samba
Com a permanência das duas agremiações no Grupo Especial, a Cidade do Samba precisará passar por mudanças para abrigar as 14 escolas. O projeto original do complexo já previa 14 barracões, mas, com a redução do número de escolas no Grupo Especial para 12, um deles foi aproveitado como restaurante para os profissionais que trabalham na produção das fantasias e alegorias do desfile.
Agora que o desfile voltará a ter 14 escolas no Grupo Especial, esse barracão precisará ser ocupado pela Unidos do Viradouro. Ainda não está definido se o restaurante será transferido ou desativado.
A Liesa também deve discutir nos próximos dias providências quanto ao Regulamento para o próximo ano, tais como a ordem de apresentação das Escolas nos desfiles e demais temas pertinentes.
*Matéria ampliada às 14h53 e às 15h42