ONU aumenta controle sobre opioides sintéticos para reduzir mortes por overdose
A Comissão de Entorpecentes da ONU decidiu nesta quarta-feira (14) submeter a um estrito controle internacional seis opioides sintéticos que já causaram várias mortes por overdose. O países do órgão multilateral que decide sobre políticas internacionais de drogas votaram de forma unânime por submeter seis opioides sintéticos, análogos ao fentanil, a um maior controle internacional por recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A informação é da EFE.
O consumo de fentanil, um analgésico que é cem vezes mais potente que a morfina, já provocou milhares de mortes por overdose no mundo todo, especialmente nos EUA. Entre os opioides submetidos a um maior controle está, por exemplo, o carfentanil, "responsável por centenas de mortes no mundo todo", destaca o documento da OMS, que recomendou classificar esta substância na lista daquelas submetidas a um especial acompanhamento por sua periculosidade.
O carfentanil, 10 mil vezes mais potente que a morfina, é usado como um anestésico para grandes animais e às vezes é misturado com o fentanil ou com outras drogas, com resultados fatais. Com a nova medida, estas substâncias seriam incluídas no parágrafo de narcóticos especialmente viciadores, prejudiciais e perigosos da Convenção Única sobre Drogas de 1961 e seu uso estaria controlado e restrito para fins médicos ou científicos.
Uso limitado
O fentanil já foi submetido a restrições e seu uso legal, sob receita, é limitado a aspectos terapêuticos como amenizar a dor do câncer. A OMS recomenda um maior controle destas substâncias porque constituem "um risco para a saúde pública", já causaram mortes e o seu consumo abusivo pode aumentar se não houver medidas.
Estes opioides sintéticos produzem analgesia, sedação e problemas respiratórios graves.
A Junta Internacional de Controle de Entorpecentes (Jife) da ONU qualificou recentemente de "epidemia mortal" a onda de overdose nos EUA, com 64 mil mortes estimadas em 2016. Mais de um terço dessas mortes estavam relacionadas com o fentanil e seus análogos, que por seu baixo custo, costuma ser misturado com outras drogas e que também são vendidos de forma ilícita, o que dificulta o controle.
Jim Walsh, subsecretário interino do Escritório de Assuntos Internacionais de Narcóticos dos Estados Unidos, considerou hoje que a decisão da ONU "ajudará a salvar vidas" no seu país, "onde a cifra de mortos pela epidemia de opioides segue aumentando".
Os EUA aumentaram recentemente as penas contra os traficantes de fentanil e os seus análogos, igualando-as ao nível da heroína.
Segundo a DEA, a agência antidrogas de EUA, os narcotraficantes acrescentam o fentanil à heroína para aumentar sua potência ou a vendem diretamente, ainda que misturada com outras substâncias para diminuir sua pureza, pois ainda que consumida em pequenas dose pode ser mortal.
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