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Ordem de ataque a prédio em Sobral pode ter saído de dentro de presídio

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/03/2018 - 13:19
Brasília

A ordem para que criminosos atacassem o prédio da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) de Sobral (CE), na madrugada do último domingo (25), partiu de um telefone celular cujo número está cadastrado em nome de um detento da Penitenciária Industrial Regional da mesma cidade, localizada a cerca de 230 quilômetros da capital cearense, Fortaleza. A informação é da secretaria estadual da Segurança Pública e Defesa Social.

Segundo a pasta, após identificarem o número do telefone usado por pessoas que ligaram ameaçando atear fogo na sede do Ciops, em Sobral, policiais civis e militares chegaram ao nome de José Fábio Alves da Silva Maciel, que já cumpre pena por tráfico e furto.

Ao vistoriar a cela do preso, domingo (25), agentes informaram ter encontrado drogas e telefones celulares, incluindo o aparelho usado para ordenar o ataque. Outros seis suspeitos de participar das ações criminosas foram detidos entre sábado (24) e domingo. De acordo com a PM, cinco deles foram detidos portando galões ou garrafas de gasolina. O sexto carregava uma pistola calibre 380, com 13 munições, e é suspeito de participar dos disparos efetuados contra a sede da Empresa de Transportes Urbanos de Fortaleza (Etufor), em Fortaleza.

Em nota, a Secretaria estadual de Segurança detalhou as medidas de segurança implementadas desde o último sábado. Com o apoio da Guarda Municipal, o policiamento foi reforçado nas principais vias de circulação de ônibus da capital. Viaturas policiais, incluindo motocicletas, foram distribuídas por pontos estratégicos indicados pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).

A segurança também foi reforçada em terminais de ônibus e nas imediações de garagens das empresas de ônibus. Duas aeronaves da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) também participam da ação, sobrevoando as áreas pré-definidas pelos órgãos responsáveis.

De acordo com a Secretaria estadual de Segurança, não houve registro de novos ataques na madrugada de hoje (26). A investigação dos ataques está a cargo da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil. Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, as ações criminosas podem ser uma reação à proposta de instalação de bloqueadores de celulares em presídios - projeto que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados.