“O radicalismo é muito perigoso”, diz Maitê Proença a Roseann Kennedy

Publicado em 09/04/2018 - 09:45 Por Da Agência Brasil - Brasília

Maitê Proença é a entrevistada do programa Conversa com Roseann Kennedy que vai ao ar hoje na TV Brasil (TV Brasil/Divulgação)

Maitê Proença é a entrevistada do programa Conversa com Roseann Kennedy que vai ao ar hoje na TV Brasil TV Brasil/Divulgação

Premiada no cinema, no teatro e na TV, a atriz Maitê Proença já participou de mais de 30 novelas e minisséries. Com 40 anos de carreira é também apresentadora e escritora. Atualmente, a artista de 60 anos está nos palcos com o seu mais recente projeto teatral, em cartaz no Rio de Janeiro: A Mulher de Bath, em que interpreta uma mulher libertária do século XIV. Ela é a entrevistada desta edição do programa Conversa com Roseann Kennedy que vai ao ar hoje (9), às 21h25, na TV Brasil.

Nessa conversa com Roseann Kennedy, Maitê fala não só de arte, mas também de suas preocupações com o futuro do Brasil e alerta para os perigos da polarização na política. “O radicalismo neste momento é muito perigoso no Brasil, de ambos os lados, porque se a gente tiver um radical no poder tudo pode acontecer. Pode ter uma movimentação social agressiva, pode acontecer de tudo. As polarizações não vão permitir que ele [radical] governe. Então, a gente precisa preparar gente que tem uma visão mais ampla. Não tem só duas verdades como parece. Há muitas verdades, e elas têm que ser enxergadas. Tem gente pensando coisas de uma forma mais abrangente. Somos todos brasileiros.”

Maitê ainda alerta para a necessidade de respeito entre os brasileiros num momento de tanta polarização. Ela ainda faz críticas às pessoas que promovem discussão dentro de seus próprios grupos: “[Assim] você não sai do lugar, porque você está conversando com quem já concorda com você, né? O bom é você extrapolar essas barreiras”, disse. “Se você quiser mudar alguma coisa, você tem que fazer com que o seu discurso seja inteligente e afável para o outro”, acrescenta.

Depois de enfrentar uma tragédia familiar na adolescência, Maitê ficou sozinha. Drama que ela conta no livro Uma Vida Inventada, uma mistura de ficção e biografia, em que ela fala do assassinato da mãe pelo pai e do suicídio dele. Fazem parte ainda da lista de livros lançados pela atriz-escritora Entre Ossos e a Escrita, É duro ser cabra na Etiópia, Todo Vícios e Entre Ossos agora.

Quando o assunto é direito das mulheres, Maitê é enfática ao defender que elas ocupem mais lugares de comando: “Se você der soberania para uma mulher, o que acontece é que ela divide esse comando com você. Ela não vai fazer guerra, ela não vai submeter ninguém, nem matar. Ela vai dividir esse poder com quem lhe deu esse poder e ela vai promover o bem-estar comum. Ela olha pelo bem de todos.”

A atriz ainda relembra que as mulheres no mundo inteiro sofrem com vários problemas como a prostituição, falta de acesso à educação, falta de dinheiro e de respeito. E cobra o fim da violência por meio da mudança de comportamento. “Elas não são respeitadas, elas são espancadas, hostilizadas e, às vezes, mortas com impunidade. Isso ainda acontece. Então tá na hora de isso ser interrompido. Isso acontece não é só nos países islâmicos e africanos. Isso acontece do lado da nossa casa. Então, quem tem voz pode falar a respeito dessas questões.”

Edição: Talita Cavalcante

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