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Intervenção no Rio: Observatório pede mais ações de inteligência

Organização critica resultados e defende reestruturação das polícias
Vinicius Lisboa - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 16/07/2018 - 16:17
Rio de Janeiro

Em vigor há cinco meses, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro manteve práticas policiais violentas e atingiu resultados pífios, diz o Observatório da Intervenção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, em relatório divulgado nesta segunda-feira (16). A organização defende mais ações de inteligência e combate à corrupção em segmentos policiais

No balanço dos cinco meses de administração federal na segurança do estado, a organização diz que o número de tiroteios e de chacinas aumentou em relação aos cinco meses anteriores, enquanto o de apreensões de fuzis, metralhadoras e submetralhadoras caiu 39% em comparação ao mesmo período de 2017. 

O estudo usou dados do aplicativo Fogo Cruzado, que registra disparos e tiroteios ocorridos na região metropolitana. Nos cinco meses de intervenção, foram 4.005 tiroteios, contra 2.924 no período pré-intervenção.

A pesquisadora Sílvia Ramos, que integra o Observatório, pede mais ações de inteligência e combate à corrupção e menos operações "faraônicas". "Não adianta botar 5 mil homens, 10 mil homens na rua, porque segurança pública funciona de outra forma. Funciona com inteligência e investigação", diz Sílvia.

Outras ações

Na opinião da pesquisadora, a intervenção poderia mudar o cenário da segurança pública do Rio de Janeiro se se concentrasse em outras ações. "Fazendo investigação dentro das corporações e entregando aquilo que eles prometeram tanto, que é a reestruturação das polícias e o isolamento dos segmentos comprometidos com a corrupção."

De acordo com o balanço, nos cinco meses de intervenção, foram realizadas 280 operações, das quais 94 conjuntas entre as Forças Armadas, a Polícia Militar e a Polícia Civil. Nessas  operações, 260 armas foram apreendidas nessas e 69 pessoas morreram. 

Procurada pela reportagem da EBC, a Secretaria Estadual de Segurança Pública afirmou que não comenta dados não oficiais.

*Colaborou Tâmara Freire, repórter das Rádios EBC.