D. Joãozinho diz que incêndio foi causado pelo descaso das autoridades

"O sentimento é mais de revolta do que de tristeza", destaca

Publicado em 03/09/2018 - 10:59 Por Agência Brasil* - Brasília

Dom Joãozinho, o príncipe João Henrique de Orleans e Bragança, de 64 anos, trineto de D. Pedro II, atribui ao descaso das autoridades o incêndio que atingiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro. Para ele, houve negligência nos cuidados e na atenção ao local. D. Joãozinho frequenta o prédio desde criança e diz que o futuro do país foi afetado pela tragédia. “Há culpados, sim, ao longo das últimas décadas. E tem nome: políticas públicas erradas.”

O príncipe afirmou, durante entrevista exclusiva à Rádio Nacional na manhã desta segunda-feira (3), que vai emprestar peças do seu acervo particular para tentar restaurar parte das perdas ocorridas com o incêndio. “É uma vergonha. O sentimento é mais de revolta do que de tristeza”, afirmou D. Joãozinho. “Esse é um retrato do Brasil”, acrescentou ele indignado.

Para o príncipe, a responsabilidade é de todas as autoridades, sem exceção. “Os governantes têm obrigação de zelar pelo interesse público, sempre, pensando no futuro das gerações e do país”, disse. “O nosso futuro foi às cinzas hoje. Isso é muito simbólico. É o descaso total das autoridades.”

Família real

Entre os 20 milhões de itens que havia no Museu Nacional no Rio de Janeiro, estavam várias coleções relacionadas à família real brasileira. Criado em 1818 por D. João VI e com acervos que vieram dos descendentes, como D.Pedro II, responsável pela aquisição da maior coleção de múmias das Américas.

“A família real brasileira nasce com o dever de servir o país independemente de quem é o governo. O homem público tem de ser um idealista”, disse ele ao ser questionado sobre o que o prejuízo representa para a família real brasileira.

*Com informações da Rádio Nacional // Matéria alterada às 10h14 do dia 04/09/2018 para corrigir informação. Diferentemente do que o texto informava, o documento original da Lei Áurea está preservado no Arquivo Nacional.

Edição: Renata Giraldi e Talita Cavalcante

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