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Navio polar zarpa do Rio iniciando 37ª Operação Antártica da Marinha

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/10/2018 - 16:07
Rio de Janeiro 

O navio polar Almirante Maximiano zarpou hoje (8) do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, dando início à 37ª Operação Antártica (Operantar 37). O navio dará suporte ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar). O Almirante Maximiano será auxiliado pelo navio de apoio oceanográfico Ary Rongel, por duas aeronaves de emprego geral e por grupo de mergulhadores.

Sob o comando do capitão de mar e guerra Pedro Augusto Bittencourt Heine Filho, a tripulação é formada por 73 militares e oito pesquisadores. O porto de Rio Grande (RS) será a primeira escala do Almirante Maximiano. Ali haverá o embarque de material destinado ao reabastecimento dos Módulos Antárticos Emergenciais e fornecidas vestimentas antárticas para os tripulantes e pesquisadores.

No porto gaúcho, embarcarão no navio mais sete pesquisadores para efetuar a primeira fase da missão, que se estende de Rio Grande até Punta Arenas, no Chile. Os 15 pesquisadores são oriundos de mais de 20 institutos de pesquisa e universidades de todo o país.

Navio Almirante Maximiano, da Marinha, é uma das embarcações que participam das buscas ao submarino argentino desaparecido
Navio Almirante Maximiano, da Marinha, iníciou hoje à 37ª Operação Antártica - Divulgação/Marinha do Brasil

Trabalhos

O navio polar vai executar trabalhos de campo que serão desenvolvidos pelos pesquisadores nos refúgios e acampamentos previstos, para coletas diversas, além de servir como plataforma para pesquisas.

Segundo informou à Agência Brasil o comandante Heine, o Almirante Maximiano possui cinco laboratórios preparados para auxiliar cada projeto de pesquisa. “Eles fazem a coleta de água e informações de terra também, como fungos, plantas, aves. Cada projeto tem um foco diferente e a gente colabora como se fosse uma plataforma de apoio”, disse.

O navio enviará os pesquisadores de bote ou avião aos pontos de terra e do mar para a realização das coletas de informações. Baleias da região também são objeto das pesquisas. Serão desenvolvidos projetos nas áreas de oceanografia, biologia, geologia e meteorologia, tendo o Almirante Maximiano como base.

Hidrografia

O Almirante Maximiano vai efetuar levantamentos hidrográficos, com o objetivo de atualizar as cartas náuticas sob responsabilidade do Brasil, que é membro da Comissão Hidrográfica da Antártica, na Organização Hidrográfica Internacional (OHI).

Estão programadas ainda visitas aos portos de Ushuaia, na Argentina; e de Montevidéu, no Uruguai. O retorno do navio polar Almirante Maximiano ao Rio de Janeiro está previsto para o dia 13 de abril do próximo ano.

 

Estação Comandante Ferraz pegou fogo em fevereiro de 2012
O navio polar também vai apoiar logisticamente a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz - Divulgação/Maria Rosa Pedreiro/Universidade Federal do Paraná

Estação Comandante Ferraz

O navio polar também vai apoiar logisticamente a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), destruída por um incêndio em 2012. Heine explicou que, desde aquela data, foram montados Módulos Antárticos Emergenciais em conteineres conglomerados para que não fosse cessada a pesquisa em terra. 

“Nesse processo de construção da nova estação, os módulos emergenciais continuaram apoiando. Está previsto para março de 2019 inaugurar a nova estação que foi reconstruída”. Segundo o comandante, a nova estação terá estrutura bem melhor que a anterior.

Os testes operacionais terão início em abril. Após a inauguração, os militares brasileiros ocuparão a instalação que fica junto aos Módulos Antárticos Emergenciais e, ao longo do inverno, vão operar com a ajuda da empresa construtora. “Provavelmente no final de 2019 ou início de 2020, a estação estará totalmente operacional”, disse Heine.