Rio recebe em 2020 o Museu da História e Cultura Afro-brasileira

Publicado em 26/11/2018 - 07:50 Por Jéssica Antunes* - Rio de Janeiro

Está programanda para 2020 a inauguração do Museu da História e Cultura Afrobrasileira, no prédio Docas Dom Pedro II, na zona portuária do Rio de Janeiro. O local será construído para destacar a importância do Cais do Valongo, maior porto escravagista da história, considerado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O Docas, prédio escolhido para abrigar o museu, é considerado importante para a comunidade negra por ter sido feito pelo engenheiro negro André Rebouças, que recusou a mão de obra escrava 20 anos antes da abolição da escravatura.

Atualmente, o espaço que pertence a União é ocupado pela organização não governamental Ação da Cidadania – fundada pelo sociólogo Herbert de Sousa, o Betinho. Segundo a secretária municipal de cultura do Rio de Janeiro, Nilcemar Nogueira, a prefeitura do Rio já está articulando com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, para garantir que o museu seja montado no Docas Dom Pedro II.

“Ele [o mueu] é uma construção coletiva, é um museu articulado com a comunidade negra, feito de baixo para cima. Estamos no momento em que tivemos um entrave muito forte porque o prédio desejado é o Docas Dom Pedro II. A gente está articulando junto ao novo presidente da república porque o lugar é aquele”, explicou.

Investimento

O maior porto de entrada de negros escravizados na América Latina, recebeu na sexta-feira (23) o título oficial de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O sítio arqueológico foi descoberto em 2011, durante escavações das obras do Porto Maravilha.

Segundo a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, serão gastos R$ 4 milhões para preparar o Cais do Valongo à visitação. Mas, segundo ela, é necessário que a população também se aproprie do local e participe do movimento de proteção.

“A embaixada dos Estados Unidos entrou com 500 mil dólares, que nós vamos usar em uma primeira etapa para fazer a parte de consolidação do sítio, das pedras, drenagem, guarda-corpo. A segunda etapa, que é iluminação artística, parte de educação patrimonial e sinalização, será feita com mais 2 milhões de reais necessários, que a gente está com tratativas com a iniciativa privada para nos ajudar em forma de patrocínio”, explicou.

*Estagiária sob supervisão de Mario Toledo

Edição: Talita Cavalcante

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