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Governo do Ceará quer pagar por informações sobre atos criminosos

Camilo Santana quer policiais da reserva no reforço à segurança
Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/01/2019 - 21:08
Brasília
O governador reeleito do Ceará, Camilo Santana, após reunião dos governadores eleitos dos estados do nordeste, em Brasília.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou na tarde de hoje (11) uma série de medidas para tentar pôr fim à onda de violência que atinge o estado há quase 10 dias. Integrantes de facções criminosas têm promovido ataques violentos contra órgãos públicos, estabelecimentos comerciais e veículos, além de tentativa de explosão de pontes e viadutos.

O estado não informa publicamente o número de ocorrências, mas estima-se que, desde o último dia 2, mais de 150 atos criminosos tenham sido notificados. 

O governador reeleito do Ceará, Camilo Santana, após reunião dos governadores eleitos dos estados do nordeste, em Brasília.
O governador do Ceará, Camilo Santana  - Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

Entre as medidas anunciadas pelo governador, em um vídeo postado em uma rede social, está o envio de um projeto criando a chamada Lei da Recompensa, que prevê o pagamento em dinheiro, pelo estado, por informações que sejam prestadas pela população à polícia e resultem na prevenção de atos criminosos e prisão dos envolvidos em tais ações.

O governo também pretende convocar policiais militares que estão na reserva para compor as tropas que atuam no combate ao crime. Outra medida deve ser o aumento na quantidade de horas extras que podem ser pagas a policiais civis e militares, além de bombeiros, para aumentar o efetivo nas ruas. 

"Algumas dessas medidas necessitam, por lei, da aprovação do Poder Legislativo. Por esse motivo, solicitei ao presidente da Assembleia [Legislativa], deputado Zezinho Albuquerque, a convocação de uma sessão extraordinária, para os deputados analisarem de imediato as minhas solicitações, o que deve acontecer já neste sábado [12]", informou o governador.

Agentes penitenciários

Camilo Santana também autorizou a convocação imediata de 220 agentes penitenciários para atuar no sistema carcerário do estado. Eles vão se somar aos 220 que haviam sido convocados na semana passada. 

"Repito que essas medidas, além de todas que já tomamos, têm o objetivo de fortalecer o esquema de segurança de nosso estado no duro combate ao crime organizado, que atua nas ruas e no sistema penitenciário. Não aceitamos que, aqui no Ceará, criminosos presos continuem dando ordem de comando de dentro das prisões, como acontece há décadas em todo o Brasil", acrescentou o governador.

Balanço

O número de pessoas presas ou apreendidas em todos o estado chegou a 319 até às 17h desta sexta-feira, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa (SSPDS) do estado. Todas elas são suspeitas ou foram autuadas em flagrante por participação nos atos criminosos registrados no Ceará desde o último dia 2. 

"Equipes de diversas unidades da Polícia Civil permanecem em diligências, com investigações concentradas na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Já o policiamento ostensivo permanece reforçado em locais estratégicos e dentro dos coletivos de Fortaleza e Região Metropolitana, a partir de operações da SSPDS e a Polícia Militar do Ceará (PMCE). Helicópteros da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS dão apoio às ações", informou o governo, em nota. 

Entre as medidas adotadas pelas forças de segurança está ainda o acompanhamento de veículos de concessionárias de energia, que são escoltados por composições da Polícia Militar, tanto para a reposição de lâmpadas danificadas, quanto para a manutenção de serviços elétricos. Viaturas também foram empregadas para acompanhar caminhões caçambas pertencentes às regionais da Prefeitura de Fortaleza e também os veículos de coleta de lixo.

Outra ação das forças de segurança é o reforço de policiais militares em postos de saúde e hospitais, garantindo que a população possa utilizar os serviços públicos normalmente.