Brasil fica em 3º em competição mundial de alunos de cursos técnicos
O Brasil terminou em 3° lugar no ranking geral de pontos da WorldSkills, a olimpíada mundial de profissões técnicas que ocorre a cada dois anos. Nesta edição do evento que ocorreu em Kazan, na Rússia, a delegação brasileira contou com 63 jovens, que conquistaram duas medalhas de ouro, cinco de prata, seis de bronze e 28 certificados de excelência.
Os resultados foram divulgados hoje (27). A competição envolveu quatro dias de provas em modalidades que reproduzem o dia a dia do mercado de trabalho. Ao todo, 1.354 jovens com até 22 anos representaram 63 países diferentes. O primeiro e o segundo lugar ficaram, respectivamente, com China e Rússia.
Dos 63 participantes brasileiros, 56 foram treinados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o outros sete pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). "Entre os treinados pelo Senai, nós tivemos 73% conquistando medalhas ou diplomas de excelência técnica. É uma demonstração cabal da qualidade da nossa educação profissional", avaliou Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai.
Entidades privadas sem fins lucrativos e de interesse público, o Senai e o Senac estão previstos na Constituição brasileira. São duas das nove instituições que formam chamado Sistema S e que existem por interesse de setores profissionais. Para financiar as atividades do Senai, há recolhimento de uma contribuição obrigatória junto às indústrias. No caso do Senac, o mesmo ocorre com empresas de comércio.
Segundo Lucchesi, o investimento do país na educação profissional tem potencial para melhorar a produtividade nacional, aumentar a competitividade das empresas e dar identidade social aos jovens. Ele defende uma política educacional que dê mais atenção ao ensino técnico e cita a Rússia, a China e a Coreia do Sul como referências.
"Há países com mais de 50% dos jovens fazendo educação profissional técnica junto com a educação regular", afirma. De acordo com o diretor geral do Senai, no Brasil, esse percentual é de pouco mais de 10%. Apesar desse baixo índice, desde 2007, o país termina o WorldSkills entre os cinco melhores do mundo. A próxima edição da competição ocorrerá em 2021 e será sediada pela China.