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Pescadores atingidos por ciclone extratropical tentam resgatar barcos

No litoral sul de São Paulo, pelo menos 20 barcos foram danificados
Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 01/07/2020 - 16:30
São Paulo

Pescadores de Peruíbe, no litoral Sul de São Paulo, que tiveram seus barcos atingidos pelo ciclone extratropical que provocou fortes chuvas e ventos na região na noite de ontem (30), continuam na área do píer, junto ao Mercado de Peixe, trabalhando no resgate do que restou das embarcações.

Pelo menos 20 foram danificadas. Nove, incluindo duas lanchas, afundaram. Duas ainda estão no fundo do mar. Uma forte onda que bateu no local, por volta das 20h, arrebentou os cabos de aço que prendiam os barcos no píer. Ninguém ficou ferido. A maioria dos barcos pertence a pescadores que vivem do ofício.

De acordo com informações da prefeitura de Peruíbe, assim que foram informadas, Defesa Civil do município, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal seguiram para o local, onde permanecem até o momento.

A prefeitura está fazendo um cadastro das famílias atingidas para fornecer cestas básicas e produtos de higiene. Além disso, forneceu combustível para as outras embarcações de pescadores que ajudam a fazer a varredura para recolher restos de barcos, e cabos de aço que serão utilizados para a retirada daqueles que estão afundados. Todos os órgãos monitoram a possibilidade de novas ventanias para tentar evitar mais acidentes.

Ciclone bomba

De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet), Franco Nadal Villela, o ciclone extratropical, chamado também de ciclone bomba, devido à rapidez com que se intensifica, estava previsto e foi o responsável pelo que ocorreu em Peruíbe.

“Os efeitos começaram a ser sentidos no Sul do país e chegaram ao Sudeste no decorrer do dia de ontem, se fortalecendo à noite. Isso estava previsto, estamos com aviso de ventos para até as 22 horas de hoje, sendo mais persistente no litoral. O ciclone indo para águas mais profundas, perde intensidade.”

O ciclone bomba se forma por meio do contraste de massas de ar. “De um lado o ar mais quente e de outro o ar mais frio. Essas massas de ar começam a se misturar e criam um centro de baixa pressão onde os ventos circulam no sentido horário”, explicou.

De acordo com o meteorologista, as condições devem melhorar, mas a temperatura deve ter queda considerável na região, com mínima de 11ºC e máxima de 18ºC.

Segundo informações divulgadas pela Marinha do Brasil, as condições favoráveis para ressaca no litoral de São Paulo permanecem e podem provocar agitação no mar com ondas de até 3,5 metros na faixa litorânea e 4,5 metros em alto-mar até a noite de quinta-feira (2).