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RJ: Cais do Valongo está alagado; drenagem segue até o fim de semana

Local foi declarado Patrimônio Mundial pela Unesco

Publicado em 22/07/2020 - 19:23 Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil  - Rio de Janeiro 

O Cais do Valongo, que integra a lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), está alagado. A Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação diz que o trabalho de drenagem da água deverá seguir até o fim desta semana. 

Esta não é a primeira vez que o local, que fica na zona portuária do Rio de Janeiro, é alagado. Em nota, a Secretaria informa que, com o auxílio da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), o trabalho será realizado até que toda a água tenha sido drenada para a galeria de águas pluviais. 

"Feito isso, a Cdurp poderá inspecionar as bombas e verificar se há necessidade de substituição ou de manutenção. A drenagem da água deve durar até o fim desta semana", diz o órgão. 

Acidente

Hoje (22), no local, um funcionário da prefeitura, Reginaldo Souza, de 55 anos, levou um choque elétrico quando estava verificando a situação de uma bomba. Ele chegou a ficar desacordado debaixo d'água até ser resgatado por duas pessoas. 

A Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação diz que o funcionário acidentado está recebendo "todo o suporte necessário; no momento, tem quadro estável e vai passar por exames para avaliação médica no Hospital Municipal Souza Aguiar".

No início da noite, segundo a secretaria, o funcionário recebeu alta hospitalar. Ele ficará em casa se recuperando.

Consulado dos EUA anuncia patrocínio para conservação e consolidação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, na zona portuária do Rio de Janeiro.
Cais do Valongo, na zona portuária do Rio de Janeiro, construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil

Cais do Valongo 

O Cais do Valongo, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), era o principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas. O Cais foi revelado em 2011 durante as obras do Porto Maravilha. Foi construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro. 

Em 2012, a prefeitura do Rio de Janeiro acatou a sugestão das Organizações dos Movimentos Negros e, em julho do mesmo ano, transformou o espaço em monumento preservado e aberto à visitação pública. O Cais do Valongo passou a integrar o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na região portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos. 

O Brasil recebeu perto de 4 milhões de escravos, durante os mais de três séculos de duração do regime escravagista. Pelo Cais do Valongo, passaram cerca de 1 milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos. 

Em 2017, o local passou a integrar Lista do Patrimônio Mundial da Unesco. Para a organização, o Cais do Valongo é um sítio arqueológico sensível, porque abriga memórias que remetem a aspectos de dor e sobrevivência na história dos antepassados dos afrodescendentes, que hoje totalizam mais da metade da população brasileira e marcam as sociedades de outros países do continente americano. 

Ouça na Radioagência Nacional:

Matéria alterada às 11h35 do dia 23/07/2020 para incluir informação sobre o estado de saúde do funcionário da prefeitura

Edição: Fábio Massalli

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