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Falta de energia leva rede estadual a suspender aulas remotas no Amapá

Medida afeta 120 mil anlunos, que têm atividades remotas desde março
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/11/2020 - 13:56
Brasília
O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, realizou uma visita técnica à subestação de Laranjal do Jari, no interior do Amapá.
© Divulgação/Ministério de Minas e Energia

A Secretaria de Educação do Amapá suspendeu as aulas remotas em toda a rede de ensino estadual devido ao racionamento de energia elétrica em 13 das 16 cidades amapaenses. A medida foi anunciada na manhã desta segunda-feira (9) e valerá pelo tempo que durar o racionamento.

De acordo com a secretaria, a suspensão das atividades pedagógicas não presenciais por tempo indeterminado afeta cerca de 120 mil estudantes que, devido à pandemia de covid-19, estavam tendo aulas exclusivamente remotas (online) desde o início de março.

Segundo o governo estadual, o fornecimento de energia elétrica começou a ser parcialmente restabelecido na madrugada de sábado (7), cerca de 75 horas após incêndio em um transformador da subestação da capital, Macapá, causar o desligamento automático nas linhas de transmissão Laranjal/Macapá, danos em outros transformadores e problemas em cadeia em todo o sistema de abastecimento energético do estado. Ainda assim, o racionamento é necessário até que a situação seja normalizada. 

A falta de energia elétrica que se seguiu ao incêndio no transformador interrompeu o fornecimento de água e afetou vários outros serviços básicos no Amapá. Geradores a óleo diesel foram acionados para que não faltasse luz em hospitais e unidades de saúde – o que não evitou que algumas instituições, como o Hospital da Mulher Mãe Luzia, única maternidade pública do Amapá, tivessem problemas pontuais. No campo da segurança pública, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar reforçou o policiamento ostensivo em toda a capital. O governo estadual decretou situação de emergência em todo o estado.

O transformador de energia que pegou fogo por volta das 21h de terça-feira (3) pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada pela empresa espanhola Isolux, e foi totalmente destruído. No sábado (7), a Justiça Federal do Amapá determinou que a empresa restabelecesse o fornecimento de energia elétrica em todo o estado no prazo de três dias, sob pena de ser multada em R$ 15 milhões. Na véspera, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, havia dito que o serviço deveria ser integralmente restabelecido em dez dias.

Em nota, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informou que vai exigir da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) investigação rigorosa das responsabilidades pela queda de energia. “Os amapaenses exigem a apuração das autoridades e que a responsabilidade de todos os fatos seja rigorosamente investigada e que, se comprovada a negligência da empresa Isolux, sua concessão [para operar o serviço] seja imediatamente cassada e que a Eletronorte assuma o comando da subestação no Amapá”, disse Alcolumbre, que considerou o episódio “uma tragédia”.

Transformadores e geradores substitutos, além de veículos e outros equipamentos foram transportados para o estado a bordo de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que, só no último domingo (8), transportou cerca de 15,5 toneladas de carga. Dois dos geradores fornecidos pela Eletrobras foram instalados na Estação de Tratamento de Água de Macapá, para reforçar a distribuição de água na capital. Outros dois serão utilizados para garantir o abastecimento de água na cidade vizinha, Santana.