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Semana de Arte Moderna: veja destaques do centenário

Berço do Modernismo, o evento revolucionou a cultura no Brasil
Agência Brasil
Publicado em 17/02/2022 - 07:53
Brasília
A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo.
© Rovena Rosa/Agência Brasil

Marco inaugural do modernismo brasileiro, a Semana de Arte Moderna reuniu músicos, poetas, escritores, artistas plásticos e intelectuais brasileiros em um evento que buscou introduzir tendências de um novo século em todas as expressões culturais brasileiras.

Realizada entre os dias 13 e 17 de 1922 – daí vem um dos apelidos do marco histórico, também conhecido como a Semana de 22 –, a Semana de Arte Moderna ainda é objeto de estudo, reflexão e influência nos mais variados meios artísticos.

Nomes como Heitor Villa-Lobos, Graça Aranha, Di Cavalcanti. Oswald e Mario de Andrade e Victor Brecheret – todos considerados geniais e inovadores em seus campos de atuação – surgiram como expoentes da produção intelectual brasileira a partir da Semana de 22.

Os veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) mergulharam no encanto histórico e cultural de um dos grandes marcos da primeira geração do modernismo brasileiro e capturaram, em ampla cobertura, os ideais e acontecimentos da Semana de Arte Moderna.

Centenário da Semana de 22

O Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, realizou projeções na fachada em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna. Saiba como se deu o início da chamada revolução nas artes trazida pelo Modernismo apresentada pelo telejornal Repórter Brasil:


Centenária, mas moderna. Villa-Lobos - representante da vanguarda musical brasileira na época - reverberou em outros movimentos culturais que só nasceriam décadas depois. Grandes nomes das artes plásticas, como Tarsilla do Amaral e Di Cavalcanti – que participaram da Semana de 22 – ainda influenciam movimentos culturais brasileiros até hoje, é o que mostra a segunda reportagem exibida pela TV Brasil.


Mudança cultural

Revolucionária, mas também polêmica, a Semana de 22 dividiu a sociedade. Enquanto alguns celebravam a nova estética, parte da crítica e do público rejeitavam a filosofia trazida pelo movimento. Poemas, músicas, esculturas e apresentações foram vaiadas, enquanto jornais relatavam com estranheza o marco cultural. Ouça a primeira parte do especial produzido pela Radioagência Nacional:

Parte 1 - Especial Semana de Arte Moderna de 22: refazendo o cenário

Uma das críticas recorrentes à Semana de Arte Moderna é que o Modernismo, na verdade, já estava em curso anos antes do evento. O surgimento de ideais modernistas puramente brasileiros e livres de influências externas também abriu espaço para o nascimento do nacionalismo, do verde-amarelismo e do integralismo brasileiro – ideologias que mais tarde contrapunham a ideia inicial do movimento.

Parte 2 - Especial Semana de Arte Moderna de 22: qual tamanho da revolução?

O Manifesto Antropofágico, obra de Oswald de Andrade, propunha que a cultura brasileira "devorasse" a cultura europeia para, assim como acreditavam os canibais, absorver a força e a essência do que havia de bom na arte do velho continente. O resultado seria algo puramente brasileiro, vanguardista e distante das raízes coloniais, com uma proximidade até então inédita dos povos indígenas originários das terras brasileiras.

Parte 3 - Especial Semana de Arte Moderna de 22: o canibalismo dos brancos

Linha do tempo da Semana de 22

O fervor cultural que culminou na Semana de Arte Moderna é a soma de diversos fatores sociais que circulavam entre a sociedade intelectual anos antes da concretização do movimento. A semente da Semana de Arte Moderna foi plantada em 1921, em uma reunião no Grande Hotel da Rotisserie Sportsman, onde hoje é a prefeitura paulistana. Lá, intelectuais e artistas se encontraram com o escritor e diplomata Graça Aranha. Entenda a cronologia do evento e conheça as mentes por trás da Semana de 22 no texto da repórter Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil.

Exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944], com curadoria do pesquisador Luiz Armando Bagolin e do historiador Fabrício Reiner, no Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista.
Exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944], com curadoria do pesquisador Luiz Armando Bagolin e do historiador Fabrício Reiner, no Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista. - Rovena Rosa/Agência Brasil


Em São Paulo – cidade que sediou a Semana de 22 –, diversos eventos culturais foram montados para relembrar e comemorar o movimento brasileiro. Veja quais foram as principais atrações espalhadas pela cidade durante a celebração do centenário.

 O Memorial da América Latina é um centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989 na cidade de São Paulo
O Memorial da América Latina é um centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989 na cidade de São Paulo - Marcelo Camargo


Palco da maior expressão de efervescência cultural da história do Brasil, o Theatro Municipal de São Paulo é considerado marco simbólico do movimento modernista. Lá, foram expostas caricaturas dos grandes nomes que participaram da Semana de 22.

A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo.
A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo - Rovena Rosa/Agência Brasil


Mito? Construção histórica? Afinal, o que foi a Semana de Arte Moderna e qual foi a real influência do evento sobre a cultura nacional? Centralizada e pouco diversa, a Semana de 22 não apresentava todas as faces da expressão cultural brasileira que existiam no momento – é o que afirmam historiadores e estudiosos do marco cultural. Saiba mais sobre a revisão histórica da Semana de Arte Moderna.

Theatro Municipal de São Paulo
Theatro Municipal de São Paulo, década de 1930. Arquivo Nacional.
Theatro Municipal de São Paulo Theatro Municipal de São Paulo, década de 1930. Arquivo Nacional. - Arquivo Nacional


As raízes e os fundadores do modernismo brasileiro romperam com correntes de pensamento europeias, como o parnasianismo. De normas estéticas rígidas e altamente focado na retomada clássica da arte e cultura, o movimento vigente até então era considerado conservador. A ruptura e o contraste entre as propostas da Semana de Arte Moderna e seus antecedentes gerou desconforto, mas também libertação: os intelectuais brasileiros conceberam a filosofia que daria forma à produção de arte nacional. Entenda o antes, o durante e o depois da revolução cultural da Semana de Arte Moderna.

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