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Operação apreende balsa de garimpeiros que invadia território no Pará

Cinco adultos e dois adolescentes encontravam-se a bordo
Agência Brasil
Publicado em 17/04/2022 - 11:46
 - Atualizado em 17/04/2022 - 16:34
Brasília
balsa de garimpeiros apreendida no território indígena Xipaia
© Créditos Ascom/PF/Direitos reservados

Uma operação conjunta de vários órgãos federais apreendeu ontem (16) uma balsa de garimpeiros que invadiu o território indígena Xipaia, no Pará, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Foram necessárias varreduras de lancha nos rios e igarapés da região para encontrar a embarcação atracada sob a copa das árvores. Cinco adultos e dois adolescentes encontravam-se a bordo. Os menores foram apreendidos e estão sob cuidados da Justiça, informou o ministério. As demais pessoas prestaram esclarecimentos na delegacia da PF em Itaituba (PA).

Equipes da Polícia Federal (PF)  e da Força Nacional haviam sido mobilizadas na região ainda na sexta-feira (15), quando o MJSP recebeu informações sobre a entrada ilegal de supostos garimpeiros por meio fluvial. O efetivo foi deslocado de avião até a aldeia Karimã para reforçar a segurança da tribo, sob a suspeita de que os garimpeiros estariam armados.

O território Xipaia possui cerca de 179 mil hectares de extensão e fica localizado a 400 km da cidade de Altamira, região sudeste do Pará. As aldeias localizadas em sua zona de abrangência abrigam cerca de 200 pessoas, informou o MJSP.

De acordo com o delegado da PF Paulo Teixeira, chefe do Serviço de Repressão a Crimes Contra Comunidades Indígenas, “a balsa apreendida não será destruída". "Nós vamos adotar os procedimentos legais para que o equipamento seja destinado a ações de fiscalização ambiental do ICMBio”, disse ele, em nota do MJSP.

Deflagrada em março para combater o garimpo ilegal em terras indígenas, a Operação Guardião da Floresta, coordenada pela pasta, conta com a colaboração da PF, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Força Nacional, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério Público Federal (MPF).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) disse que o MPF monitora a situação de perto, por meio de sua unidade em Altamira (PA). A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR) do MPF também acompanha o caso. O procurador da República, Augusto Aras, disse que esteve em contato com autoridades e solicitou providências para se evitar o conflito armado na comunidade.

Denúncia

Em vídeo divulgado nas redes sociais, a cacica Juma Xipaia relatou que uma balsa de garimpo ilegal teria descido o Rio Iriri em direção à reserva. Os ataques de garimpeiros teriam ocorrido na quinta-feira (14).

“Guerreiros das outras aldeias estão descendo com o objetivo de tentar um diálogo, para que eles [os invasores] saiam do território, mas nós estamos com medo”, relatou a líder.

Um dos obstáculos para o combate ao garimpo ilegal na região é a dificuldade de acesso à terra indígena Xipaya. Saindo de Altamira, a viagem por rio leva cerca de dois dias. De avião, as condições meteorológicas, a dificuldade de reabastecimento e as pistas com pouca manutenção tornam o trajeto mais complexo.

Matéria atualizada às 16h34 para acréscimo do posicionamento da PGR.