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Prefeitura de Osasco cassa alvará de shopping após desabamento

Estabelecimento seguirá interditado até apresentação de laudo pericial
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/03/2023 - 19:14
São Paulo

Após o desabamento de parte da laje do teto do Osasco Plaza Shopping, na tarde desta quarta-feira (8), o prefeito de Osasco, Rogério Lins, anunciou a cassação do alvará de funcionamento do empreendimento. O shopping seguirá interditado. Um novo documento só será liberado após análise do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), da Polícia Civil, da Defesa Civil e após a divulgação de um laudo técnico comprovando a ausência de riscos no local.

“O shopping está totalmente interditado. É uma interdição total. E o alvará do shopping neste momento está cassado”, falou o prefeito. Segundo ele, a documentação para o funcionamento do estabelecimento estava correta e atualizada. “Vamos pedir um laudo pericial de toda a estrutura para averiguar as condições possíveis de funcionamento ou não. Não temos compromisso e nem prazo para a abertura. Enquanto não tiver todos esses órgãos técnicos e uma perícia, um laudo estrutural integral do local, o shopping não será reaberto”, acrescentou o prefeito.

A prefeitura informou que por volta das 14h30 equipes de segurança do shopping constataram uma fissura na laje do corredor principal. A segurança avisou a administração e isolou a área. A fissura formada na laje provocou o rompimento de uma rede de água. Com isso, a laje, construída há 10 anos para fechar uma claraboia, desabou, levando com ela cinco veículos que estavam na área de estacionamento, no piso superior.

“Acabei de sair do shopping e recebi a informação do Corpo de Bombeiros que, graças a Deus, não teve vítimas graves e nem leves. A equipe de segurança interna, ao detectar o vazamento, foi muito rápida na interdição”, constatou o prefeito, no local.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o desabamento ocorreu por volta das 14h34 e até então não há informações sobre feridos. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as equipes do Corpo de Bombeiros analisam imagens para identificar se havia alguém no local. Além de oito equipes do Corpo de Bombeiros, as polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, a Guarda Municipal e a Defesa Civil permanecem no local. A ocorrência, informou a secretaria, será apresentada ao 5º Distrito Policial do município.

Imagens que circulam nas redes sociais mostraram o início do desabamento da laje sobre a praça de alimentação. Uma pessoa registrou em seu celular o momento da queda, quando começou a água começou a descer sobre a praça de alimentação. Pelo vídeo, é possível ver a área foi isolada preliminarmente, mas um homem, possivelmente um segurança do shopping, é visto arrastando uma lixeira amarela para baixo de onde o teto começa a ceder, pouco tempo antes do desmoronamento.

Procurado pela Agência Brasil, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) informou que esteve no local do acidente e que está apurando, junto à prefeitura e à Defesa Civil do município, a responsabilidade técnica pelo projeto e execução do shopping center. O Crea informou ainda que cabe a ele “fiscalizar, controlar e orientar o exercício das atividades profissionais de engenheiros, agrônomos, geocientistas e tecnólogos envolvidos em serviços técnicos de projeto, execução e manutenção”.

“Isso porque, para a realização de quaisquer atividades e serviço, os profissionais e empresas contratados devem estar registradas no Crea-SP. Também é necessário que, para todos os serviços contratados, seja feito o registro de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), definindo a participação técnica no empreendimento”, disse o órgão, em nota. Um procedimento administrativo será aberto pelo Crea para apurar as responsabilidades pelo ocorrido.

A prefeitura de Osasco informou ainda que a perícia técnica feita pela Polícia Civil, e que vai apurar as causas do acidente, deverá ser realizada amanhã (9) cedo. A reportagem procurou o Osasco Plaza Shopping para que ele se manifestasse sobre o ocorrido, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

*Colaborou Bruno Bochinni