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Brasil ganha 19 medalhas em competição internacional de matemática

Torneio foi realizado de 5 a 11 deste mês na Bulgária
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/08/2024 - 13:17
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 23/08/2024 – O estudante de matemática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), vencedor da medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática 2024, Miguel Batista, no campus da instituição, na zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
© Tomaz Silva/Agência Brasil

Seis alunos do Departamento de Matemática do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), com idades entre 18 e 21 anos, conquistaram seis medalhas na 31ª International Mathematics Competition for University Students (IMC), realizada na Bulgária, na cidade de Blagoevgrad, entre os dias 5 e 11 deste mês. Eles obtiveram duas medalhas de ouro, correspondendo a duas primeiras colocações no certame pelo Brasil, além de duas de prata e duas de bronze.

As medalhas conquistadas pela equipe da PUC Rio na Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários deram à universidade a primeira colocação entre as seis instituições brasileiras que participaram do evento nesta edição. Ao todo, foram 19 medalhas conquistadas por universitários brasileiros na IMC, sendo três de ouro, nove de prata e sete de bronze.

Arthur Moreira e João Arthur Marques Linhares (prata); Gabriella Morgado e João Marcelo Ribeiro Monteiro de Carvalho (bronze) e Miguel Batista e Luis Felipe Pestana Giglio obtiveram ainda os mais altos lugares na competição (65 e 62 pontos, respectivamente), assumindo a liderança na prova pelo Brasil, junto com Pablo Andrade Carvalho Barros (61 pontos, também medalha de ouro), da FGV Rio.

Rio de Janeiro (RJ), 23/08/2024 – O estudante de matemática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), vencedor da medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática 2024, Miguel Batista, no campus da instituição, na zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O estudante de matemática Miguel Batista, um dos vencedores do torneio, cursa mestrado na área de computação. Foto - Tomaz Silva/Agência Brasil

As demais instituições brasileiras participantes na IMC 2024 foram Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV Rio), Universidade de São Paulo (USP), Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Universidade Federal do Ceará (IFC) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A PUC Rio foi também a única instituição brasileira a contar com representantes femininas na equipe e na liderança. Os vencedores foram Miguel Batista e Luis Felipe Pestana Giglio (ouro),

Preparação

Em entrevista à Agência Brasil, Miguel Batista disse que os membros da equipe fizeram preparação de longo prazo sozinhos, e de curto prazo em grupo, quando se reuniam semanalmente na PUC para resolver problemas. Essa foi a quarta vez que o estudante participou da IMC, sendo duas ‘online’ e duas presenciais. Nas três primeiras, ganhou medalha de bronze. “Era um pouco incômodo”, confessou. A conquista da medalha de ouro na IMC 2024 foi um marco importante para ele, porque esta foi sua última participação como aluno universitário, porque já que se formou em matemática. “Foi uma emoção grande”.

Atualmente, Miguel está fazendo mestrado na área de computação e pretende trabalhar fora do país. Ele tenciona também participar como professor em olimpíadas de matemática e, ainda, como líder.

A líder da equipe da PUC Rio foi Luize D’urso, 27 anos de idade, que ocupa o posto pela segunda vez. A primeira foi em 2022, quando o evento foi realizado ‘online’. Com graduação e mestrado em matemática pela instituição, Luize percebeu nesta edição 2024 do IMC que era a única mulher enviada como líder por uma equipe brasileira. A participação da líder é importante porque ela é responsável pela revisão da correção da prova. “Existem erros de pontuação. A nota que os alunos recebem imediatamente não equivale ao que realmente deveria ser. A competição ocorre em uma semana apenas. São dois dias de provas”, explicou Luize D’urso.

Os líderes corrigem todas as provas, após análise dos avaliadores que dão notas prévias. “O líder é muito importante para a equipe para garantir que a pontuação seja dada corretamente. Eu consegui ganhar alguns pontos que a equipe merecia. O Miguel, por exemplo, que ganhou ouro, merecia nota 10 em duas questões e eu consegui acordo com cada questão para dar notas justas. Por causa disso, ele conseguiu a medalha de ouro e o primeiro lugar em todo o Brasil”. Luize D’urso está fazendo, no momento, doutorado no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), mas pretende, no futuro, trabalhar na PUC Rio como professora da disciplina.

Desafios

Na IMC, os alunos são desafiados a resolver problemas de álgebra, geometria e análise, tendo quatro horas por dia para solucionar as questões. As premiações são de acordo com os pontos conquistados e, por isso, não se ganha apenas um ouro, uma prata e um bronze. Desde 2008, os alunos da PUC Rio trazem medalhas da IMC. Já são 44 medalhas, sendo 11 ouros, 16 pratas e 17 bronzes.

O professor Sinésio Pesco, diretor do Departamento de Matemática do CTC/PUC-Rio, destacou que a unidade tem buscado oferecer aos seus alunos a participação em eventos mundiais olímpicos de matemática, de frequência anual. “Isso tem sido, inclusive, um dos motivos pelos quais eles vêm estudar conosco, além do fato de também sermos reconhecidos como um centro de excelência em matemática”. (Alana Gandra)