Morte de Winston Churchill completa 50 anos

Publicado em 24/01/2015 - 12:57 Por Da Agência Brasil* - Brasília
Atualizado em 27/01/2015 - 14:35

 

Winston Churchill

Winston ChurchillImagem de Divulgação/Agência Lusa

O mundo lembra hoje (24) os 50 anos da morte do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Um dos personagens mais importantes do século 20, pessoa-chave no período da 2ª Guerra Mundial, ele era considerado um estadista no país.

Churchill, descendente do duque de Marlborough, nasceu em 1874, no Palácio de Blenheim, perto de Oxford, e tinha antepassados mais remotos do que a maior parte da realeza britânica, apesar de a mãe ser americana.

Apesar de ter frequentado a escola privada de Harrow, como a maior parte dos filhos dos aristocratas da época, Churchill não foi um estudante brilhante, tendo aprofundado os conhecimentos e um estilo de escrita eloquente por meio da leitura de obras clássicas durante os anos em que serviu como militar na Índia colonial.

Por necessidades financeiras, Churchill comentava frequentemente os fatos da própria vida, quer nos livros – A minha Juventude e Memórias da 1ª Guerra Mundial – quer nos textos jornalísticos e conferências sobre a Guerra dos Boers, na África do Sul, na qual tomou parte e foi feito prisioneiro, ou a Guerra deIindependência de Cuba, que testemunhou.

Como militar, em vez de aceitar tornar-se oficial de um regimento de elite, optou por ser um simples atirador de cavalaria, “alistando-se a tempo de participar na última carga de cavalaria do Exército britânico, na Batalha de Omdurman”, no Sudão em 1898, destaca o historiador Tony Judt no livro Pensar o Século 20.

Judt destaca que, na carreira política, Churchill alternou-se entre os partidos conservador e liberal, no decurso das quais ascendeu a altos postos do governo: ministro da Administração Interna, Finanças e da Marinha, em cujas funções foi responsável pela catástrofe militar de Gallipoli, na Turquia, (1915) durante a Primeira Grande Guerra. “Até 1940, a sua carreira fora a do intruso demasiado talentoso: bom demais para ser ignorado, mas demasiado original e ‘pouco fiável’ para ser nomeado para o mais elevado dos cargos”, escreve Tony Judt.

Winston Churchill tinha 65 anos quando tomou posse como chefe do Executivo britânico, em maio de 1940, sem “nada mais para oferecer, a não ser sangue, suor e lágrimas” tendo sido capaz de mobilizar imediatamente o país na operação de retirada das Forças Expedicionárias que se encontravam encurraladas em Dunquerque, no Norte de França.

No contexto da guerra aproximou-se dos Estados Unidos, tendo conseguido empréstimos para financiar as forças armadas e montando uma máquina de guerra contra a Alemanha, a Itália e o Japão, com elevados custos impostos pela austeridade que se prolongaram até meados dos anos 1950.

Apesar dos feitos militares e da condução política nacional e internacional, ele fechou os olhos, tal como Roosevelt nos Estados Unidos, à questão do extermínio dos judeus pela Alemanha nazistas; não conseguiu evitar a anexação da Polônia pela União Soviética no final da guerra e autorizou o bombardeamento desnecessário de cidades alemãs, como Dresden, vitimando milhares de civis.

Apesar de ter vencido a guerra, perdeu as eleições no Reino Unido para os trabalhistas liderados por Clement Atlee em 1945 mas voltou a candidatar-se, vencendo as eleições as legislativas de 1951, numa altura de declínio do Império, depois da perda da Índia, e com uma crise no Quênia e a guerra na Malásia.

Em 1953 ele recebeu o Prémio Nobel da Literatura, sobretudo pelos seis volumes de memórias da 2ª Guerra Mundial. Em 1956, por motivos de saúde, abandonou o cargo de primeiro-ministro.

Em 10 de janeiro de 1965, Winston Churchill sofreu um acidente vascular cerebral e morreu duas semanas depois, no dia 24, com 90 anos de idade. Churchill está sepultado no local onde nasceu, o Palácio de Blenheim, junto com os pais e o irmão.

*Com informações da Agência Lusa

**Matéria alterada às 14h35 do dia 27/01/2015 para correção de informação no segundo parágrafo. Winston Churchill nasceu em 1874 e não em 1847, como estava no texto.

Edição: Marcos Chagas

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