Presidente do IPCC demite-se após queixa de assédio sexual
O presidente do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), organismo da Nações Unidas, Rajendra Pachauri, demitiu-se hoje (24) depois de a polícia indiana ter iniciado uma investigação contra ele por suposto assédio sexual. Pachauri justificu o pedido de demissão enviado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com a necessidade de o organismo ter “uma direção forte”.
“O IPCC precisa de uma direção forte, do tempo e da plena atenção do seu presidente no futuro imediato, o que, nas atuais circunstâncias, não poderei ser capaz de dar”, disse Pachauri, de 74 anos, na carta enviada a Ban Ki-moon.
O indiano foi acusado por uma pesquisadora do Instituto da Energia e Recursos, de 29 anos, de repetido comportamento impróprio, inclusive por mensagens de correio eletrônico e de telefone celular. Pachauri dirige o instituto, com sede em Nova Delhi.
Após aceitar a demissão de Pachauri, que presidiu o organismo nos últimos 13 anos, o IPCC designou o vice-presidente, Ismail El Gizouli, para substituí-lo na presidência. “As ações tomadas hoje assegurarão que a missão do IPCC de avaliar as alterações climáticas continue sem interrupção”, disse o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner.
Em 2007, o IPCC recebeu, juntamente com o ex-vice-presidente americano Al Gore, o Prêmio Nobel da Paz pelos esforços para promover e divulgar mais conhecimento sobre as alterações climáticas e por definir a base das medidas necessárias para combater o fenômeno.
Matéria atualizada às 17h15 para correção de informação. Diferentemente do que está na primeira linha do texto, "investigação contra ele por suposto abuso sexual", o correto é "investigação contra ele por suposto assédio sexual"