Reino Unido vive disputa acirrada para eleição geral no dia 7 de maio

Publicado em 07/04/2015 - 17:55 Por Giselle Garcia - Correspondente da Agência Brasil/EBC - Copenhague

A eleição geral no Reino Unido, que deve levar milhões de britânicos às urnas no dia 7 de maio, promete ser uma das mais acirradas da história. A última pesquisa de opinião, divulgada pelo Instituto YouGov, mostra o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, com 34% das intenções de voto, apenas 1 ponto percentual à frente do Partido Trabalhista, liderado por Ed Miliband.

Além disso, legendas menores, como o Partido Independente do Reino Unido (UKIP), liderado por Nigel Farage, parecem ganhar relevância maior neste pleito. Na pesquisa, o UKIP, conhecido por sua bandeira anti-imigração, aparece com 13%, à frente do Liberal Democrata, que tem 10%. “Podemos ter partidos menores alcançando maior expressão do que normalmente tem, fazendo com que nem conservadores nem trabalhistas alcancem maioria. Com isso, o próximo Parlamento vai requerer muitos partidos trabalhando juntos”, enfatizou o diretor do Instituto YouGov, Laurence Janta-Lipinsk.

De acordo com o sistema eleitoral britânico, para indicar o primeiro-ministro, um partido precisa alcançar 326 dos 650 assentos da Câmara dos Comuns, a casa legislativa de maior atuação no Reino Unido, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil. Se nenhum partido conseguir maioria, ocorre uma situação que os britânicos chamam de hung Parliament (Parlamento enforcado, em tradução livre). Neste caso, alianças têm de ser feitas para garantir maioria. Se não houver acordo para formação de um governo de coalizão, nova eleição pode ser convocada. Na última eleição, em 2010, por exemplo, o Partido Conservador ficou com 306 assentos, contra 258 do Partido Trabalhista, e uma aliança com o Partido Liberal Democrata foi necessária para garantir a governabilidade.

Os eleitores têm até o dia 20 deste mês para registrar a intenção de votar. Em 2010, quase 30 milhões de britânicos maiores de 18 anos foram às urnas. A eleição é distrital – em cada região o candidato a membro do Parlamento (deputado) mais votado é eleito.

Faltando 30 dias para a eleição, o clima já é de disputa na Grã-Bretanha, com os dois principais líderes partidários em ritmo acelerado de campanha. Entre as principais propostas em debate está a continuidade da política de austeridade econômica e corte nos gastos públicos, defendida e adotada por David Cameron, que é amplamente criticada pelos trabalhistas, favoráveis ao aumento dos investimentos como forma de ampliar o crescimento da nação.

Outra questão polêmica é a proposta de Cameron de um referendo até 2017 para decidir se o Reino Unido deve continuar a fazer parte da União Europeia. Os trabalhistas são contra e afirmam que a proposta é “a receita para o caos”. O ex-primeiro-ministro Tony Blair, do Partido Trabalhista, em sua primeira manifestação em relação ao processo eleitoral deste ano, disse hoje (7) que a proposta de Cameron “ameaça a posição do Reino Unido como nação global”.

Edição: Stênio Ribeiro

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