logo Agência Brasil
Internacional

Dilma e Tabaré Vázquez defendem acordo entre Mercosul e União Europeia

Luana Lourenço – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/05/2015 - 15:11
Brasília
Presidenta Dilma recebe o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, em cerimônia oficial de boas-vindas, no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)
© José Cruz/Agencia Brasil
Presidenta Dilma recebe o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, em cerimônia oficial de boas-vindas, no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

Presidenta Dilma recebe o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, em cerimônia oficial de boas-vindas, no Palácio do PlanaltoJosé Cruz/Agencia Brasil

O fechamento de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia para uma zona de livre comércio é a prioridade do bloco sul-americano para este ano, de acordo com os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, que se reuniram hoje (21) em Brasília, durante visita de Estado do chefe do país vizinho.

Dilma e Vázquez cobraram a definição de uma data para que os blocos façam a apresentação de suas ofertas comerciais, quando os dois lados montam uma lista de quais produtos poderão ter as tarifas zeradas em caso de acordo. A apresentação tem que ser simultânea e já chegou a ser negociada em 2013 e 2104, mas não ocorreu.

“Fazer o acordo entre o Mercosul e a União Europeia é a prioridade da agenda externa do bloco. Vamos propor à União Europeia que definamos, para o mais breve prazo possível, a data de apresentação simultânea das nossas ofertas comerciais”, disse Dilma durante declaração à imprensa, após reunião privada com o presidente uruguaio no Palácio do Planalto.

Vázquez defendeu que as propostas sejam apresentadas antes da cúpula entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 10 e 11 de junho, em Bruxelas.

Apesar da defesa conjunta dessa agenda do Mercosul, Tabaré Vázquez fez duras críticas ao bloco e defendeu a revitalização do grupo. Segundo ele, o Mercosul não pode ser “reduzido a reuniões e discursos” e tem que estar alinhado à nova realidade política e econômica do continente.

“Nossos países não vivem na solidão, fazem parte de um bloco regional que tem enorme potencial, mas que hoje não está à altura de sua razão de ser. Não somos iludidos nem impacientes, mas não seríamos sinceros se disséssemos que o Mercosul, tal como está, nos satisfaz. Temos que resgatá-lo, reanimá-lo, fortalecê-lo e colocá-lo a serviço de seus Estados e, fundamentalmente, a serviço dos nossos povos. Se nossos povos não sentem que o Mercosul serve para melhorar a vida cotidiana, para pouco servirão nossos melhores propósitos”, criticou, durante declaração à imprensa, ao lado de Dilma.

A vinda ao Brasil é a primeira visita de Vázquez depois que ele reassumiu a Presidência do país vizinho, em março. Tabaré Vázquez já presidiu o Uruguai de 2005 a 2010 e em 2014 foi eleito novamente para suceder o presidente José Pepe Mujica.

Durante as declarações, os dois presidentes destacaram a parceria entre Brasil e Uruguai e as negociações em curso para ampliar o fluxo comercial e levar a cabo projetos conjuntos, principalmente nas áreas de infraestrutura e energia.

Segundo Dilma, até setembro, serão lançados os editais para obras em duas pontes sobre o Rio Jaguarão, que separa os dois países: a Ponte Internacional Barão de Mauá será restaurada e uma nova ligação entre os dois países será construída.