Plutão tem céu azul e água gelada
Plutão tem céu azul e água gelada, revelou hoje a agência espacial norte-americana Nasa, mostrando imagens enviadas pela sonda New Horizons. "Quem esperaria um céu azul na Cintura de Kuiper [região onde se localiza o planeta-anão]? É magnífico", disse Alan Stern, chefe da missão.
As partículas que compõem as camadas de neblina de Plutão são, em si, cinzentas e vermelhas, mas a forma como disseminam luz azul chamou a atenção da equipe de cientistas da missão operada pela Nasa.
Habitualmente, segundo Carly Howett, cientista do Southwest Research Institute, “um céu azul resulta frequentemente da dispersão da luz solar por parte de pequeníssimas partículas”.
Na Terra, lembrou, “essas partículas são minúsculas moléculas de nitrogênio”. Em Plutão, acrescentou, “parecem ser maiores, mas, ainda assim, relativamente pequenas, tipo partículas de fuligem, a que se chamam tolinas”.
Os cientistas creem que estas partículas ganham altura na atmosfera, onde a radiação ultravioleta do Sol separa moléculas de nitrogênio e metano e permite que reajam entre si para formar mais, e mais, complexos íons.
Quando se recombinam, formam complexas macromoléculas, um processo que, refere a nota da Nasa, foi identificado, pela primeira vez, na camada superior da atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno.
As mais complexas moléculas continuam a recombinar-se e a crescer até tornarem-se pequenas partículas. Gases voláteis condensam e tapam as suas superfícies com gelo antes de terem tempo de atravessar a atmosfera para a superfície, onde se juntam às partículas de cor avermelhada de Plutão.
A sonda New Horizons detetou também numerosas, mas pequenas, regiões de água gelada, que correspondem às zonas de cor avermelhada das imagens do planeta que foram divulgadas anteriormente.
A sonda, que fez a maior aproximação de Plutão em 14 de julho, está a 5 bilhões de quilômetros da Terra.
*A matéria foi alterada às 19h41 para corrigir informação divulgada pela Agência Lusa. Segundo a Nasa, Plutão está a 5 bilhões de quilômetros da Terra, e não a 5 mil quilômetros, como estava no texto