Nova investigação sobre e-mails de Hillary pressiona FBI
A menos de dez dias das eleições presidenciais norte-americanas, o FBI está sob pressão para revelar o que motivou a nova abertura de uma investigação contra a candidata democrata Hillary Clinton. A informação é da Agência Ansa.
Em carta pública assinada por diversos membros dos Democratas, a campanha de Hillary exigiu que o diretor do FBI, James Comey, explique a "decisão sem precedentes" de enviar uma carta ao Congresso norte-americano notificando uma nova investigação a poucos dias das eleições.
No documento, no entanto, Comey reconhece que os novos e-mails encontrados podem não conter informações "relevantes". Os democratas acusam o diretor da agência de querer interferir nas eleições a favor de Donald Trump e afirmam que ele "violou a lei" ao fazer o anúncio.
O líder democrata no Senado, Harry Raid, encaminhou documento ao FBI em que pede explicações sobre o motivo que levou a instituição a divulgar informações sobre Hillary e a não liberar "informações explosivas" sobre as ligações de Trump e "o governo russo".
"O público tem o direito de saber. Eu escrevi para você meses atrás pedindo que essa informação seja tornada pública", escreveu Reid. O senador acusou Comey de violar a "Hatch Act", uma lei norte-americana que impede que agentes públicos interfiram em resultados eleitorais.
Segundo informações da mídia norte-americana, foram encontrados cerca de 650 mil e-mails em um computador do ex-parlamentar Anthony Weiner, que está sendo investigado por enviar fotos eróticas para uma adolescente de 15 anos. Weiner é marido de Huma Abedin, assessora e "braço-direito" de Hillary.
Abedin informou que não sabe como os e-mails dela estavam naquele computador, já que não o usava, mas que não tem o hábito de limpar o histórico de mensagens.
Outro ponto complicado para o FBI é explicar se seus agentes chegaram a vasculhar parte desse material, o que seria mais um crime. Como as mensagens eram da época em que Hillary era secretária do Estado, os agentes não tinham autorização para verificar o conteúdo. Para isso, era preciso uma autorização federal.
Hillary havia sido "absolvida" pelo caso do "emailgate" em julho, quando o FBI havia terminado de investigar as mensagens oficiais que ela havia enviado de um servidor pessoal. Trump acusa a democrata de colocar a segurança dos Estados Unidos em risco com a atitude e chegou a declarar que ela "deveria estar presa".
No entanto, os dois candidatos pediram que seja explicado publicamente o que há nesses e-mails antes do pleito do dia 8 de novembro.
Pesquisas
A revelação das novas investigações diminuiu a vantagem de Hillary sobre Trump. Em pesquisa divulgada pela ABC News e o Washington Post, ela tem 46% das intenções de votos contra 45% do magnata.
Cerca de 30% dos eleitores afirmam que estão menos propensos a votar na ex-secretária de Estado após as novas revelações do FBI.