Brasil e Argentina querem “estreitar laços” com países do Pacífico

Publicado em 31/01/2017 - 19:32 Por Ivan Richard Esposito - Repórter da Agência Brasil - Brasília

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No próximo dia 7 de fevereiro, o presidente argentino, Mauricio Macri, fará uma visita de Estado ao Brasil e terá uma reunião com o presidente Michel TemerJuan Ignacio Roncoroni/EPA/Agência Lusa

Pouco mais de uma semana depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter assinado a ordem executiva para iniciar a saída do país da Parceria Transpacífico  (Trans-Pacif Partnership - TPP, na sigla em inglês), o Brasil e a Argentina anunciaram hoje (31) que pretendem “estreitar os laços” com o Japão, o Canadá e países do Pacífico.

Após um encontro bilateral entre os ministros da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, Marcos Pereira, e da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, o secretário brasileiro de Comércio Exterior, Abrão Neto, afirmou que o Brasil pretende aproveitar a “conjuntura” para negociar acordos com os países que compõem a TPP: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã.

Segundo Abrão Neto, o Brasil vai aproveitar as mudanças no cenário internacional para aprofundar a aproximação com países da Aliança do Pacífico, que em alguns casos já está avançada. “Temos uma negociação entre Brasil e México, que já caminha para a sexta rodada de encontros e, além disso, temos negociações, sobretudo em temas não-tarifários, como serviços, compras e investimentos, com Chile, Colômbia e Peru.”

Conforme noticiado hoje pela Agência Brasil, apesar de muitos analistas considerarem que a Parceria Transpacífico não resistiria à saída dos Estados Unidos do acordo, os outros países do grupo começaram a se articular para a manutenção do tratado com novas perspectivas.

União Europeia

No encontro de hoje, Brasil e Argentina também decidiram priorizar as negociações já em andamento com a União Europeia (UE) e a Associação Europeia de Livre Comércio. O secretário de Comércio do Ministério de Produção da Argentina, Miguel Braun, negou que os argentinos tenham uma posição “mais restritiva” na negociação com a UE. De acordo com Braun, será feita uma oferta comum ao bloco pelos países do Mercosul.

Ele disse que a oferta será positiva para as nossas economias e constituirá uma grande oportunidade para que ambos os países se acertam economicamente com um dos blocos comerciais mais importantes do mundo. "Estamos trabalhando de maneira muito coordenada com o Brasil, o Uruguai e o Paraguai para que o acordo saia da melhor maneira possível para todos os países.”

Acordo de cooperação

Brasil e Argentina firmaram nesta terça-feira acordo de cooperação técnica que contará com US$ 250 mil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para execução de um “plano de ação” que irá identificar gargalos na relação comercial dos dois países. O objetivo é mapear todos os procedimentos e exigências existentes no comércio bilateral e apresentar recomendações para reduzir a burocracia e facilitar as transações, explicou Abrão Neto.

A Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil e o segundo principal destino de exportações de manufaturados brasileiros. No próximo dia 7, o presidente argentino, Mauricio Macri, fará uma visita de Estado ao Brasil e terá uma reunião com o presidente Michel Temer. 

Será a primeira visita oficial de Macri ao Brasil desde que Temer assumiu a Presidência da República, em 31 de agosto do ano passado. Temer, por sua vez, visitou Buenos Aires em outubro.

Edição: Augusto Queiroz

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