Paz na Colômbia depende de acesso à terra, diz Nobel de Economia

Publicado em 17/02/2017 - 06:54 Por Da Agência France-Presse - Paris

O Prêmio Nobel de Economia de 2001, o norte-americano Joseph Stiglitz, disse que, para manter a paz na Colômbia, é preciso garantir a distribuição da terra. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (16), durante uma conversa em Bogotá com o presidente Juan Manuel Santos. A informação é da Agência France-Presse (AFP).

"A manutenção da paz exigirá que se garanta a terra e o emprego para os afetados" pelo conflito armado de mais de meio século, disse Stiglitz no fórum O futuro da Colômbia: Justiça Social e Economia, do qual participou ao lado de Santos, ganhador do Prêmio Nobel da Paz no ano passado por selar um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Stiglitz destacou que é preciso trabalhar para reduzir a desigualdade social, uma das causas do aparecimento de grupos rebeldes como as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), que instalou há uma semana, em Quito, uma mesa de diálogo com o governo de Santos. Para o economista americano, é essencial ter "boas instituições que tratem o tema da terra e sua distribuição, além de dar terras aos camponeses".

O problema da posse da terra é chave nas origens do conflito armado colombiano. No âmbito do acordo selado com as Farc em novembro, há um ponto que propõe reformas no campo. "É necessário forte investimento no setor rural, que promova o desenvolvimento do campo", disse Stiglitz. Para o economista, o acordo de paz traz "oportunidades e desafios impressionantes" que só serão bem aproveitados se servirem para ajudar a superar a iniquidade e a pobreza no país.

Para alcançar a paz, disse Stiglitz, é preciso garantir trabalho para os se envolveram no conflito, que deixou pelo menos 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.

Santos anunciou que os membros das Farc estariam terminando de entrar, em "três ou quatro dias", nas áreas de concentração, onde deixarão, progressivamente, as armas sob vigilância da Organização das Nações Unidas (ONU). Eles vão se preparar para a reintegração à vida civil.

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