Holanda: eleição apertada opõe extrema direita e conservadores amanhã

Publicado em 14/03/2017 - 16:27 Por Da Agência Télam - Buenos Aires

O Primeiro Ministro holandês Mark Rutte (Esq) do Partido Liberal e ocandidato de extrema direita Geert Wilders, do Partido para a Liberdade

O  primeiro-ministro holandês  Mark Rutte (E),  do Partido  Liberal, e o candidato de extrema-direita,  Geert

Wilders ((D), do Partido para a Liberdade, enfrentam-se durante debate na TVBart Maat/EPA/Agência Lusa

Todos os olhares do mundo político internacional estarão voltados nesta quarta-feira (15) para as eleições gerais da Holanda, onde desponta o candidato de extrema direita Geert Wilders, de 53 anos, do Partido para a Liberdade (PVV), que baseia sua campanha numa agenda xenofóbica, anti-islâmica, protecionista e contra a União Europeia (UE). As informações são da agência Télam.

As eleições holandesas marcam o pontapé inicial do calendário eleitoral de um ano-chave para a Europa, onde os partidos tradicionais estão em declínio e emergem forças eurocéticas (que se opõem à integração à União Europeia) de ultra direita. O resultado da Holanda poderá ter forte impacto nas eleições na França, em abril, e na Alemanha, em setembro.

Nestes países, que, do mesmo modo que a Holanda, fazem parte do núcleo fundador da UE, a direita também tem conquistado forte protagonismo impulsionado pela crise de refugiados, pelos recentes atentados islâmicos na Europa e pelas vitórias de Donald Trump nos Estados Unidos e do Brexit no Reino Unido.

Favorito

Apesar do discurso ultradireitista, Geert Wilders é o favorito nas eleições da Holanda, que registra uma taxa de crescimento de 2,3% e em torno de 5,4% de desemprego. A chave para as eleições de amanhã não será a economia, mas a questão da própria identidade de um país de cerca de 17 milhões de habitantes, onde nos últimos anos o número de imigrantes superou o dos emigrantes.

Coalizão

Com esta premissa de defesa da identidade como bandeira, cerca de 30 partidos batalharão nesta quarta-feira pelas 150 cadeiras parlamentares em jogo, em comícios marcados pela diversidade, o que obrigará os principais partidos a fazer coalizões para poder governar.

Dos 31 partidos que concorrem, só 14 obteriam votos suficientes para conseguir representação parlamentar, segundo as pesquisas, que antecipam que o próximo governo necessitará fazer uma coalizão com pelo menos quatro ou cinco partidos.

A emissora de TV pública holandesa NOS concluiu na semana passada, com base em pesquisas,  que o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD), do atual primeiro-ministro, Mark Rutte, de 50 anos, que prega a manutenção do status quo, conseguiria 25 cadeiras parlamentares (16,67% dos votos), uma a mais que o ultradireitista PVV, de Wilders.

Desde então, as tendências se mantêm, apesar de uma recente crise recente entre os governos holandês e turco tenha alimentou ainda mais o discurso xenófobo e anti-imigratório de  Wilders, e deu grande importância ao debate televisivo que ele manteve ontem com o adversário Rutte.

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