Chefe das Farc cogita adiar entrega de armas após prisão de guerrilheiro
O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, de codinome "Timochenko", disse hoje (4) que está considerando "ordenar o adiamento" da entrega de armas, que deveria concluir no dia 20 deste mês, devido à prisão de um guerrilheiro identificado como "Yimmi Ríos".
"Perante a captura de 'Yimmi Ríos', que está (realizando) tarefas relacionadas com a implementação (do acordo de paz), estou considerando ordenar o adiamento da entrega de armas", escreveu "Timochenko" em sua conta no Twitter. A informação é da Agência EFE.
Segundo explicou o líder guerrilheiro, "Yimmi Ríos" tinha permissão para participar desses trabalhos após um acordo com o Alto Comissariado da Paz, Sergio Jaramillo, e com Mónica Cifuentes, assessora do seu escritório, "com conhecimento do presidente (Juan Manuel) Santos".
"Com o argumento com que foi capturado 'Yimmi Ríos', qualquer integrante das Farc que esteja em tarefas da implementação pode ser detido", acrescentou "Timochenko".
Há uma semana o governo colombiano e as Farc decidiram estender até 20 de junho a entrega de armas por parte da guerrilha. O desarmamento inicialmente deveria ter terminado em 29 de maio, mas foi adiado devido à demora no processo de implementação do acordo de paz por diferentes motivos.
Segundo explicaram à Agência EFE fontes da guerrilha, "Yimmi Ríos", que faz parte do Bloco Martín Caballero das Farc, foi detido hoje de manhã em Bogotá. A polícia lhe solicitou a carteira de identidade durante uma blitz rotineira e o guerrilheiro foi detido quando comprovaram havia ordens de busca em seu nome, por vários delitos.
Segundo essas fontes, "Yimmi Ríos" é alvo de uma circular vermelha, utilizada pela Interpol para solicitar a detenção preventiva com vistas à extradição, razão pela qual somente um juiz pode colocá-lo novamente em liberdade.
O escritório do Alto Comissariado para a Paz confirmou hoje que o guerrilheiro teve a ordem de captura suspensa por uma resolução presidencial e por outra do procurador-geral. "Estava em Bogotá há dois meses realizando tarefas próprias do processo de paz dirigidas à consolidação da listagem dos membros das Farc que farão seu trânsito à legalidade", acrescentou.
No entanto, a suspensão da ordem de captura foi feita em nome de "Yimmi Ríos", que forneceu às autoridades seu apelido de guerrilheiro e não o seu nome real, o que pode ter dado origem à confusão de hoje.