Prefeito de Caracas volta à prisão domiciliar; jurista pede proteção ao Chile
O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, retornou à prisão domiciliar com o aval do Serviço de Inteligência da Venezuela, o mesmo que tinha levado o político à penitenciária em 1º de agosto, informou nesta sexta-feira sua mulher, Mitzy Capriles, pelo Twitter.
"Informo ao país que há minutos, supreendentemente, Antonio foi trazido pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) à nossa residência. Volta para casa a fim de cumprir sua pena", escreveu Mitzy na conta do Twitter de seu marido.
Segundo ela, Ledezma "disse, ao entrar em casa, que retorna com a angústia de saber que Leopoldo [López} e mais de 600 presos políticos continuam atrás das grades". López é ex-prefeito do município de Chacao, que é parte de Caracas.
O Sebin tirou, na madrugada de 1º de agosto, o dirigente oposicionista de sua casa. A cena foi mostrada nas redes sociais por sua mulher, que juntou as imagens gravadas por uma vizinha no momento da detenção.
Hoje está previsto o primeiro ato institucional da Assembleia Constituinte, integrada unicamente por representantes ligados ao governo do presidente Nicolás Maduro, na sede de Parlamento.
Pedido de proteção
O ministro das Relações Exteriores do Chile, Arauto Muñoz, confirmou nessa quinta-feira (3) ''que mais um magistrado designado pelo Parlamento para integrar a Suprema Corte da Venezuela entrou na residência do embaixador chileno em Caracas solicitando "proteção".
O chanceler chileno escreveu no Twitter que o advogado Luis Marcano "entrou na residência em Caracas solicitando proteção do Chile e que, com ele, já são seis pessoas refugiadas na embaixada".
Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores chileno detalhou que foi concedida a Luis Marcano a qualidade de hóspede.
O texto acrescenta que "Marcano Salazar solicitou a proteção do Chile, fundamentado em circunstâncias políticas conhecidas. O governo do Chile agirá nessa matéria de acordo com os princípios jurídicos e humanitários que inspiram sua política externa".
Vaticano
O Vaticano expressou hoje sua preocupação e a do papa Francisco pela situação na Venezuela e fez um apelo ao governo de Nicolás Maduro para que suspenda a Constituinte, por fomentar "um clima de tensão" e "hipotecar o futuro".
Em comunicado, a Secretaria de Estado do Vaticano lamentou a "radicalização e o agravamento da crise "e informou que o papa acompanha a situação e suas "implicações humanitárias, sociais, políticas, econômicas e, inclusive, espirituais".
"A Santa Sé pede a todos os atores políticos, e em particular ao governo, que assegure o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, como também da vigente Constituição", destaca a nota.