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Internacional

EUA retirarão pessoal não-essencial de embaixada em Cuba

Da Agência EFE
Publicado em 29/09/2017 - 13:01
Washington
Fachada da Embaixada dos EUA em Havana, Cuba
© Agência Lusa/EPA/Ernesto Mastrascusa/Direitos Reservados
Fachada da Embaixada dos EUA em Havana, Cuba

Fachada da Embaixada dos EUA em HavanaAgência Lusa/EPA/Ernesto Mastrascusa/Arquivo

O governo dos Estados Unidos ordenou a retirada de todo pessoal não-essencial da sua embaixada em Cuba, após o "ataque acústico" sofrido por pelo menos 21 americanos lotados na ilha e cujo responsável se desconhece, segundo anteciparam nesta sexta-feira as emissoras de TV americanas CNN e CBS. A informação é da EFE.

A ordem, que será anunciada hoje (29) pelo Departamento de Estado, contempla também a suspensão da emissão de vistos na embaixada dos EUA em Cuba de maneira indefinida, de acordo com funcionários americanos citados sob anonimato pelas emissoras. Além disso, o governo americano pretende alertar seus cidadãos do perigo de serem vítimas de "ataques" se viajarem a Cuba.

Ontem (28), o governo americano já tinha confirmado que o secretário de Estado, Rex Tillerson, estava "revisando todas as suas opções", inclusive a retirada de parte do pessoal diplomático em Cuba, após o "ataque acústico". Dois dias antes, na terça-feira, Tillerson havia se reunido na capital americana com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, para tratar deste misterioso assunto.

Após o encontro, o Departamento de Estado disse em um comunicado que a conversa entre ambos foi "firme e franca", e que "refletiu a profunda preocupação dos Estados Unidos com a segurança de seu pessoal diplomático". Na nota, Tillerson "expressou a gravidade da situação e insistiu com as autoridades cubanas sobre sua obrigação de proteger o pessoal da embaixada e suas famílias".

Rodríguez, por sua parte, indicou que "seria lamentável que se politizasse um assunto desta natureza e que se tomassem decisões apressadas e sem sustento em evidências e resultados investigativos conclusivos".

Sem respostas

Os EUA asseguram que pelo menos 21 americanos lotados em Havana sofreram "incidentes de saúde", ainda que também tenham ressaltado que não têm "respostas definitivas sobre a fonte ou causa" dos mesmos.

Segundo meios de comunicação americanos, que citam relatórios médicos dos afetados, alguns destes diplomatas sofreram lesões cerebrais traumáticas leves e perda de audição por causa dos ataques acústicos.

As novas tensões EUA-Cuba tem lugar em um período de esfriamento das relações bilaterais, por conta da nova política fixada pelo presidente Donald Trump. Ele impôs certas restrições à abertura para a ilha promovida por seu antecessor, Barack Obama, respaldou o embargo contra a Ilha e se negou a negociar com o governo de Raúl Castro se não houver avanços democráticos em Cuba.