ONU diz que Síria foi responsável por ataque químico que matou 83 pessoas

Publicado em 06/09/2017 - 07:55 Por Da Agência EFE - Genebra

O regime sírio usou armas químicas em pelo menos quatro ocasiões entre março e junho deste ano, incluindo o ataque de 4 de abril, na região de Jan Shijun. A Comissão de Investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) identificou que, nesse último ataque, o gás sarin foi utilizado pela Força Aérea. A informação é da Agência EFE.

Em seu 14º relatório sobre violações de direitos humanos e crimes de guerra cometidos na Síria entre os dias 1º de março e 7 de julho, a comissão diz que "entrevistas e relatórios de alerta indicam que um avião Sujoi 22 (Su-22) fez quatro ataques aéreos em Jan Shijun, às 6h45 (hora local)".

"Somente as forças sírias operam esse tipo de avião", afirma a comissão sobre o ataque, em que se usaram três bombas convencionais e uma química, deixando 83 pessoas mortas, entre elas 28 crianças e 23 mulheres.

Na região foram encontrados restos da bomba, mas a Comissão ainda não determinou o tipo exato da arma química utilizada: "as partes são consistentes com bombas de gás sarin produzidas pela antiga União Soviética na classe de bombas de 250 quilogramas, que teria aproximadamente 40 quilogramas de sarin, dependendo da munição utilizada".

A Comissão de Investigação da ONU levou em conta as conclusões da missão de investigação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), que disse que as vítimas tinham sido expostas a gás sarin ou uma substância parecida ao sarin, mas fez suas próprias investigações de maneira independente.

Neste contexto, chegou à conclusão de que efetivamente os "sintomas sofridos pelas vítimas é consistente com a exposição de gás sarin", o que supõe um crime de guerra.

Casos anteriores

O relatório da Comissão também aponta outros três ataques com armas químicas entre março e julho por parte das forças governamentais em Al-Latamneh, em Ghouta Oriental, e outros dois casos no governo de Damasco, onde foi usado gás cloro.

Em outro documento, a ONU indica que as evacuações de várias cidades sírias equivalem ao crime "de guerra do deslocamento forçado", como foi o caso em Madaya, Al Fu'ah e Kafraya e Tishreen e Qabun.

As forças pró-governamentais obrigaram certas pessoas de áreas tomadas a se submeterem a um processo de reconciliação se quiserem ficar.

Na prática, este processo permitiu ao regime "filtrar" a população dependendo de sua lealdade e como tal ocorreu o deslocamento tanto de combatentes como de grupos de civis dissidentes em forma de uma saída organizada.

A ONU igualmente destaca que, entre março e julho, grupos armados e terroristas seguiam atacando intencionalmente civis pertencentes a minorias religiosas e a utilizá-los como reféns, o que constitui outro crime de guerra.

 

Edição: -

Últimas notícias