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Internacional

União Europeia concorda em criar uma cooperação militar permanente

Da Agência DPA
Publicado em 11/12/2017 - 20:22
Bruxelas
Alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Federica Mogherini
© EPA/Andrej Cukic/Agência Lusa/Direitos Reservados
Alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Federica Mogherini

Alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Federica MogheriniEPA/Andrej Cukic/Agência Lusa/Direitos Reservados

Vinte e cinco dos 28 países da União Européia (UE) concordaram hoje (11), pela primeira vez na história do bloco, em manter uma cooperação militar permanente, de acordo com um pacto alcançado em Bruxelas durante uma reunião de seus ministros de Relações Exteriores. A informação é da agência de notícias alemã DPA.

O objetivo é que esta cooperação, que começará com 17 projetos concretos, estabeleça os alicerces de uma futura união de defesa europeia, com a qual os países da UE esperam alcançar uma maior independência dos Estados Unidos em assuntos militares.

É uma “decisão histórica", de acordo com a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Federica Mogherini. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, descreveu a nova cooperação como um "grande passo" que fortalece a capacidade de ação da UE. A Alemanha já prometeu cooperar intensamente com o projeto.

Alguns desses projetos serão o estabelecimento de um comando sanitário e de plataformas logísticas, bem como um centro de treinamento para formação militar. Também se quer melhorar a vigilância do espaço marítimo e desenvolver protótipos de veículos de infantaria. Outro objetivo, fundamental para a França, é que a UE possa enviar mais rapidamente tropas para outros países em casos de crise.

Participação voluntária

A participação na chamada Cooperação Estruturada Permanente (ou Pesco, na sigla em inglês) é voluntária para os 28 membros da UE. Além do Reino Unido, que em breve deixará o bloco, apenas Malta e Dinamarca decidiram ficar fora do acordo.

Tradicionalmente, a Dinamarca não participa na política de defesa e segurança comum da UE. Jáo a Malta parece que não estava disposta a cumprir os critérios de participação no Pesco, que incluem um aumento regular nas despesas de defesa.

A possibilidade de criar uma cooperação militar permanente entre os países da UE foi incluída no Tratado de Lisboa de 2009. Até agora, não havia sido possível sua implantação principalmente devido à oposição do Reino Unido.

"A Bela Adormecida do Tratado de Lisboa foi despertada. A Europa não pode e não deve terceirizar sua segurança e defesa"", destacou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.