Fundo de População da ONU alerta sobre perigos do casamento infantil
O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) está fazendo um alerta sobre o casamento infantil, que ocorre em várias partes do mundo. Segundo o órgão, milhões de crianças e jovens são obrigadas anualmente a começar uma vida matrimonial contra sua vontade própria e muito antes de estarem preparadas. A informação é da ONU News.
Para conscientizar as pessoas sobre o assunto, o Unfpa divulgou uma lista com cinco fatos sobre o casamento infantil. O primeiro é que o problema é comum em vários lugares. Especialmente em países da África, que tem as taxas mais altas: quatro entre 10 meninas se casam antes dos 18 anos. No mundo todo. milhões de jovens adolescentes do sexo feminino e meninas foram obrigadas a casar antes dos 18 anos. A pobreza é um dos fatores que leva à prática.
O segundo fato é que os meninos também não estão livres do risco. Uma pesquisa do Unfpa em 82 países de rendas baixa e média mostra que um entre 25 meninos se casou antes dos 18 anos.
Em terceiro lugar vem a informação de que apesar do casamento infantil ser praticamente banido no mundo todo, uma prática proibida por acordos universais, incluindo a Convenção sobre os Direitos da Criança, alguns países permitem o casamento de menores de idade com o consentimento dos pais, como o Malauí.
O outro fato é a ligação entre casamento e gravidez precoce. Nos países em desenvolvimento, nove entre 10 adolescentes que têm filhos já estão casadas. Segundo o Unfpa, a gravidez na adolescência causa riscos à saúde. E no mundo todo as complicações durante a gestação ou na hora do parto são a principal causa de morte entre adolescentes.
O quinto ponto destacado tem a ver com prevenção: segundo o Unfpa, "muitas mudanças são necessárias para acabar com o casamento infantil, incluindo modificações de leis e mais igualdade de gênero". O órgão destaca ainda que é essencial empoderar os jovens, o que pode ser feito através da disseminação de informações sobre saúde sexual e reprodutiva e sobre direitos humanos. Segundo o Fundo de População, quando jovens conhecem seus direitos, eles podem se defender da prática e até tentar convencer suas famílias a cancelar os casamentos arranjados.