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Internacional

Reino Unido não tolerará ameaças russas a cidadãos britânicos, diz Theresa May

Da EFE
Publicado em 17/03/2018 - 11:14
Londres

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, advertiu neste sábado  (17) que "não tolerará nenhuma ameaça contra a vida de cidadãos britânicos ou outros cidadãos em solo britânico" por parte da Rússia, após o Kremlin ter anunciado represálias em meio à crise desencadeada pelo envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e de sua filha Yulia.

Durante um discurso pronunciado no Fórum de Primavera do Partido Conservador, May mencionou as medidas anunciadas por Moscou e afirmou que o Reino Unido comunicará seus "próximos passos nos próximos dias", junto com seus "aliados e parceiros".

"A resposta da Rússia não muda os fatos: a tentativa de assassinato de duas pessoas em território britânico [o ex-espião Sergei Skripal e sua filha, envenenados por um agente químico nervoso em Salisbury, na Inglaterra], motivo pelo que não há uma conclusão alternativa a não ser que o Estado russo foi culpado", disse a líder conservadora.

Entre os passos anunciados por Moscou nesta manhã figuram a expulsão de 23 diplomatas britânicos da Rússia, além do fechamento do British Council em Moscou - instituição cultural para a divulgação do idioma inglês no exterior - e a retirada da permissão para o Consulado Britânico em São Petersburgo.

Essas ações foram a resposta russa às medidas anunciadas ao longo da semana por May, que também determinou a expulsão do mesmo número de diplomatas russos do Reino Unido.

No discurso, a primeira-ministra reiterou que o governo não tem nenhum "desacordo" com os muitos cidadãos russos que residem no Reino Unido, que "cumprem a lei e contribuem" para o país, pois "sempre serão bem-vindos ".

No entanto, aletou que o governo nunca tolerará "ameaças à vida de cidadãos britânicos nem de outros cidadãos em território britânico por parte do governo russo".

"Este ato de agressão russa representa antítese total aos valores liberais e democráticos que definem o Reino Unido", apontou a primeira-ministra, que citou como exemplo desses valores o Estado de direito, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

May antecipou que o governo britânico avaliará na próxima semana os próximos passos a serem tomados neste conflito entre ambos os países.

Achados inconscientes no banco de um parque na cidade de Salisbury no dia 4 de março, Skripal e a filha Yulia seguem em "estado crítico" após terem sido envenenados por um agente nervoso de fabricação russa - incidente do qual Londres culpa Moscou.

Os investigadores britânicos afirmam que ambos foram envenenados com um componente químico de tipo militar de fabricação russa, por isso Moscou - que rejeita todas as acusações - exige que Londres ofereça uma amostra desse material.

Além disso, o empresário Nikolai Glushkov, ex-vice-diretor geral da companhia aérea Aeroflot, foi achado morto na segunda-feira passada no seu domicílio de Londres com sinais de estrangulamento.

Glushkov, exilado no Reino Unido, era próximo ao oligarca Boris Berezovsky, um inimigo do Kremlin que foi encontrado enforcado em 2013 no Reino Unido.

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