Macri reconhece que crescimento econômico da Argentina vai diminuir
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, admitiu nesta quarta-feira (18) que, após as dificuldades dos últimos meses, o crescimento econômico do país será menor. Ele afirmou, porém, que o crescimento será retomado no ano que vem.
Em entrevista coletiva na Residência de Olivos, perto de Buenos Aires, Macri disse que, apesar da "tempestade econômica" que fez a inflação disparar nos últimos meses, reduzir o índice continua como "absoluta prioridade" de seu governo.
As atuais projeções indicam que a Argentina vai fechar o ano com inflação de 30%, mas Macri mostrou confiança na queda do índice em mais de 10 pontos percentuais em 2019. Para 2020, Macri estima que a taxa fique "mais perto de 1 dígito".
Ele afirmou que a origem da inflação está em um "Estado que gasta muito mais do que recebe de impostos" e, embora não tenha revelado um plano para controlar o déficit público, descartou uma alta da pressão sobre as contas do governo. "Não podemos pagar mais impostos", frisou o presidente argentino.
A inflação é, nas palavras de Macri, um "grande problema" que impede a chegada dos investimentos, já que há "muitas companhias mundiais" interessadas em chegar ao país, mas que "não trabalham em países com inflação".
Por isso, Macri destacou a importância de conseguir um acordo parlamentar para o orçamento de 2019, que pretende fechar com um ajuste que reduza até 1,3% o déficit fiscal, o que "aproximaria muitíssimo" a Argentina de uma inflação menor e tornaria o país "muito mais forte frente ante qualquer tempestade que aconteça no mundo".
O presidente argentino negou que o governo exerça pressão sobre as negociações salariais, ao afirmar que continuam sendo "absolutamente livres", e disse que "cada setor, na sua realidade, irá se acomodando", levando em conta o avanço dos preços.
Quanto aos servidores públicos, Macri disse que os ajustes de salários pela inflação "estarão limitados pelos recursos" dos quais disponham as distintas administrações.