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Internacional

Venezuela abre restaurantes populares para combater guerra econômica

Da Agência EFE
Publicado em 19/07/2018 - 09:06
Caracas
Agência EFE

O governo da Venezuela anunciou que abriu 3 mil restaurantes populares neste mês para oferecer refeições gratuitas a milhares de pessoas que, segundo o Executivo, seriam vítimas da "guerra econômica" promovida pela oposição e por países contrários ao regime de Nicolás Maduro.

O ministro para as Comunidades, Aristóbulo Isturíz, disse que a medida foi tomada para combater uma guerra que deixa um "vazio no estômago" dos venezuelanos.

"Todo o povo deve saber que a guerra deixa feridas e que a guerra econômica caiu sobre a alimentação do nosso povo. Fazem de propósito. Abrem um vazio no estômago das pessoas para que elas reajam contra a revolução", afirmou o ministro.

Isturíz disse que os 3 mil restaurantes atenderam apenas neste mês 626.328 pessoas, das quais 294.374 eram crianças.

Segundo o ministro, a Venezuela tinha atingido os objetivos do milênio fixados pela Organização das Nações Unidas em matéria de alimentação. Por isso, os cerca de 6 mil restaurantes criados pelo ex-presidente Hugo Chávez, que morreu em 2013, foram fechados.

"Eles não eram mais necessários, mas esta ferida da guerra econômica nos obriga a reabri-los", afirmou.

Segundo o ministro, o governo também abriu 300 casas de "recuperação nutricional" e outros 50 locais que oferecem três refeições ao dia para 500 pessoas cada. Nos locais trabalham uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, psicólogos, nutricionistas, entre outros, para atender à população.

O governo de Maduro culpa a oposição e governos estrangeiros pela grave crise que afeta o país. De acordo com a Pesquisa sobre Condições de Vida realizada pelas principais universidades do país, mais da metade dos venezuelanos vive em situação de pobreza extrema. Em média, a população do país perdeu 11 quilos por causa da escassez de alimento e dos problemas econômicos.

A organização não governamental Programa Venezuelano de Educação em Direitos Humanos informou há um mês que 16,2% das crianças do país sofreram durante 2017 de desnutrição por não terem acesso a comida de forma regular.