Iván Duque assume a Colômbia com novos ventos
O vento estava tão forte que quase arrancou das mãos do presidente do Congresso da Colômbia, Ernesto Macias, o discurso em que saudava o novo presidente do país, Iván Duque.
Choveu durante as duas horas da posse, houve só uma pequena trégua. Mas chuva e ventania não constaram do “país que recebemos” -- o balanço da economia, justiça, guerra ao narcotráfico, paz e indenização a vítimas deixado pelo prêmio Nobel da Paz de 2016, Juan Manuel Santos.
“Quero governar a Colômbia com valores e princípios inabaláveis, superando as divisões de esquerda e direita", discursou Duque.
"Quero governar a Colômbia com o espírito de construir, nunca de destruir”, acrescentou o presidente colombiano, ao lado da mulher, três filhos pequenos e da vice-presidente Marta Lucía Ramirez, na Praça Bolívar, diante de três mil convidados de guarda-chuva, entre eles dez chefes de estado e 17 delegações internacionais.
Na manhã desta quarta-feira (8), o jornal El Nuevo Siglo anunciou que “Duque arrancó as reformas”, o El Heraldo destacou que o novo governo está “livre de ódios e revanches” e no La Opinión a promessa de um pacto pela Colômbia.
O vento carregou uma parte da cenografia do palanque repleto de flores.
Além da mineração ilegal nas terras antes ocupadas pela guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc) e de uma nova onda de grupos de narcotráfico, Iván Duque vai enfrentar o problema dos 870 mil refugiados da Venezuela.
Aos 42 anos, Iván Duque, ex-senador do Partido Centro Democrático, ex-funcionário do Banco Interamericano do Desenvolvimento, em Washington, ele quer governar com soluções e não agressões.
* O jornalista Moisés Rabinovici é comentarista da Rádio Nacional e apresentador do programa Um olhar sobre o Mundo, na TV Brasil