Ortega expulsa missão da ONU da Nicarágua
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O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, expulsou nesta sexta-feira (31) do país uma missão do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) depois de esta ter denunciado, em relatório, o "alto grau de repressão" dos protestos contra o governo.
O anúncio foi feito hoje pelo Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), cuja presidente, Vilma Núñez, rotulou de "inédita" a decisão do governo de Ortega, que enfrenta desde abril uma onda de protestos que já deixou centenas de mortos.
A missão da Acnudh chegou à Nicarágua em junho passado para conhecer a crise sociopolítica que, segundo o relatório que emitiu na quarta-feira passada em Genebra, deixou "mais de 300 mortos e 2 mil feridos". Por enquanto, nenhum dos integrantes da missão comentou a expulsão ordenada por Ortega.
Liderada pelo peruano Guillermo Fernández Maldonado, a missão da ONU já tinha denunciado "obstáculos" do governo para realizar seu trabalho na Nicarágua.
O relatório também acusa o governo Ortega de "uso desproporcional da força por parte da Polícia, que às vezes se traduziu em execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados e obstrução do acesso à atendimento médico", entre outras violações dos direitos humanos contra qualquer pessoa que tenha opinião diferente do Executivo.
Também o responsabilizou por "detenções arbitrárias ou ilegais com caráter generalizado, frequentes maus tratos e casos de torturas e violência sexual nos centros de detenção, violações às liberdades de reunião pacífica e expressão".
O presidente nicaraguense já rejeitou o relatório "por considerá-lo subjetivo, desleixado, com prejulgamentos e notoriamente parcial, redigido sob a influência de setores vinculados à oposição e ausente do devido cuidado na sua redação de maneira objetiva".
O relatório da Acnudh, que recebeu o apoio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, "deixou plasmada a barbárie, as atrocidades, as violações aos direitos humanos que o povo da Nicarágua está sofrendo, da qual é responsável Ortega e Rosario Murillo (primeira-dama e vice-presidente)", afirmou Núñez, nesta sexta-feira.
A presidente do Cenidh ressaltou que, com a expulsão da Acnudh, Ortega procura evitar que o caso da Nicarágua seja mencionado no dia 5 de setembro, no Conselho de Segurança da ONU, e ao mesmo tempo adverte para "mais repressão contra os nicaraguenses".
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