Combates aumentam e obrigam fechamento do único aeroporto de Trípoli
Os combates entre milicias rivais, que ocorrem há uma semana no sul de Trípoli, chegaram a outros bairros e obrigaram o fechamento do tráfego aéreo na base militar de Mitiga, o único aeroporto em funcionamento na cidade.
Testemunhas explicaram à Agência EFE que os combates se expandiram ao norte e que diversos projéteis de artilharia pesada atingiram edifícios próximos ao aeroporto.
O corte do fornecimento de energia elétrica nas zonas de combate e em outras áreas da capital e a intensidade dos confrontos com armas leves nas ruas impossibilitaram o trabalho dos serviços de emergência.
"Centenas de pessoas foram obrigadas a sair de casa e buscar refúgio em escolas e hospitais por causa dos combates", que já deixaram pelo menos 40 mortos, sendo 15 civis, e cerca de 200 feridos.
Os conflitos explodiram no domingo (26), em uma área densamente povoada no bairro meridional de Salehdin, próximo ao antigo aeroporto internacional de Trípoli, que não opera desde 2014.
A região está sob o controle da chamada Sétima Brigada e da milícia Al Kani, antes vinculada ao Ministério de Defesa do governo apoiado pela Organização das Nações Unidas, na capital desde abril de 2016.
Do outro lado combatem as Brigadas Revolucionárias de Trípoli, a Força Especial de Dissuasão (Rada), a Brigada Abu Selim e a Brigada Nawassi, todas vinculadas aos ministérios de Interior e Defesa do governo.
Rada acusou a Sétima Brigada - que parece contar com o apoio de Salah Badi, um miliciano da cidade de Misrata, considerado um dos principais responsáveis pela guerra civil - de ser aliada ao general Khalifa Hafter, homem forte do governo leste da Líbia.
A missão da ONU para a Líbia (UNSMIL) voltou a pedir que as partes assinem uma trégua para dar fim aos combates, os piores desde 2014.