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Internacional

Governo britânico responsabiliza Putin pelo ataque com Novichok

Agência EFE
Publicado em 06/09/2018 - 06:36
Londres
Agência EFE

O secretário de Estado de Segurança do Reino Unido, Ben Wallace, responsabilizou nesta quinta-feira (6) o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pelo ataque com o agente nervoso Novichok, na Inglaterra, já que seu governo "controla e financia" o serviço de inteligência militar, ao qual Londres atribui os fatos.

Em entrevista à BBC Rádio 4, ele afirmou que Putin é responsável, "em última instância", já que "é o presidente da Federação russa e seu governo controla, financia e dirige a inteligência militar - o GRU - por meio de seu ministro da Defesa".

"Eu não acredito que ninguém possa dizer que Putin não controla o Estado", afirmou Wallace, observando que o presidente "está rodeado" de agentes do GRU antigos e atuais.

O político conservador insistiu que o serviço secreto russo não atua por sua conta, mas "está dirigido e vinculado" às Forças Armadas e ao Ministério da Defesa e, em consequência, "ao Kremlin e ao gabinete do presidente".

Wallace garantiu que o Reino Unido usará "todos os seus efetivos" para "confrontar as atividades malévolas russas" e ressaltou que isso já está sendo feito, mas "à maneira britânica", "dentro da lei e de maneira sofisticada".

O Reino Unido identificou ontem os supostos autores do ataque contra o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia com o Novichok, no início de março, em Salisbury, sudoeste da Inglaterra, como dois agentes do GRU.

Sergei Skripal, um ex-agente do GRU, e sua filha foram contaminados ao tocar a maçaneta da porta de sua residência, em Salisbury e, após várias semanas hospitalizados, conseguiram se recuperar.

Posteriormente, no final de junho, Charlie Rowley e Dawn Sturgess, um casal britânico, se intoxicaram acidentalmente, na cidade vizinha de Amesbury, com a mesma substância, dentro de um frasco de perfume encontrado em um contêiner. Sturgess não resistiu e morreu dias depois.

A Rússia rejeitou ontem as acusações de Londres e lembrou que não é o único país que tem "capacidade técnica, experiência e razões" para o uso do agente nervoso.